A terceira fase das obras em viadutos do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, prevista para começar em 2025, promete uma série de transformações significativas na infraestrutura viária do corredor por onde hoje trafegam diariamente 120 mil veículos. O projeto da prefeitura abrange a remodelagem de tráfego em cinco viadutos ao longo da via, representando um investimento expressivo de R$ 1,2 bilhão, com recursos federais, via Programa de Aceleração do Crescimento. Além das intervenções nos viadutos, está prevista a construção de outra área de escape, a exemplo da existente hoje na temida descida do Bairro Betânia, na Região Oeste da capital.
Além do alargamento de pista no viaduto da Avenida Amazonas, outra solução para o estrangulamento do trânsito do Anel Rodoviário no Vetor Oeste é a construção de um novo viaduto, alças e passarela no pontilhão da linha férrea que passa por cima do corredor de tráfego, entre os bairros das Indústrias e Vista Alegre. O trecho representa um gargalo que contribuiu diretamente para as tragédias na temida descida do Bairro Betânia.
Além de intervenções nas confluências com a Avenida Tereza Cristina, no local também será feito alargamento de pistas. “A gente vai ter que demolir a estrutura existente. Depois que ficar pronto, será feito o alargamento”, detalha o responsável pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, em entrevista ao Estado de Minas.
No cronograma, também está prevista a construção de viadutos na Região Noroeste. Dois serão erguidos ao lado dos já existentes no trecho do Anel sobre o encontro da Rua Pará de Minas com a Avenida Ivaí, na Praça São Vicente, um dos maiores afunilamentos no trânsito na região.
Ao lado do terreno do antigo aeroporto Carlos Prates, também no Anel, há projeto para construir um viaduto que, na prática, será uma espécie de alça de retorno para os motoristas que seguem em direção à saída para Vitória e desejam pegar o sentido Rio de Janeiro. Uma alça semelhante, possibilitando o retorno em sentido oposto, será erguida próximo à Avenida 31 de Março, na divisa entre os bairros Dom Cabral e Dom Bosco.
Outras intervenções estão previstas no trecho do Anel Rodoviário sobre a Avenida Pedro II. Na prática, o projeto é alargar os dois elevados já existentes no local. Naquele ponto, além dos viadutos, a ideia é que sejam construídas quatro alças viárias.
Alívio na Avenida Cristiano Machado
O fluxo de trânsito intenso no Anel Rodoviário tem impacto direto também sobre a já movimentada Avenida Cristiano Machado, cuja alça de intersecção com a rodovia também tem previsão de entrar no pacote de intervenções da prefeitura, com o alargamento do viaduto e construção de um novo.
Na terceira etapa de intervenções no Anel Rodoviário, o viaduto sobre a Avenida Amazonas também ganhará novas alças e passarela. “Vamos dizer que serão mais cinco obras e meia, porque, no caso da Amazonas, ainda teremos que terminar o projeto”, diz Henrique Castilho.
Os projetos executivos e licitação para as intervenções deverão ser feitos no próximo ano. “Já temos esses estudos prontos para fazer a modelagem de tráfego, que vai trazer melhoria substancial no trânsito e, claro, diminuir a quantidade de acidentes no Anel Rodoviário”, ressalta o superintendente da Sudecap. Henrique Castilho afirma que as obras vão ser tocadas em paralelo. “Temos projetos executivos prontos, já em fase de orçamento.”
Em abril, máquinas devem estar na pista
De acordo com o cronograma da Prefeitura de BH, quando as demais obras estiverem em fase de licitação, já estarão em andamento as primeiras intervenções, nos viadutos da BR-040 e Via Expressa e das avenidas Amazonas e Antônio Carlos. Se a projeção correr conforme o previsto, os serviços no trecho inicial – BR-040 e Via Expressa, na Região Noroeste de BH, consideradas apenas uma intervenção, devido à proximidade –, começam em abril de 2024, com previsão de terminar em meados de setembro de 2025.
Já a ampliação da travessia nos viadutos de acesso às avenidas Amazonas, na altura do Bairro Madre Gertrudes, na Região Oeste, e Antônio Carlos, na Pampulha, deve começar no segundo semestre do ano que vem. O prazo de execução das obras ainda não foi divulgado pelo Executivo municipal.
As intervenções no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, serão viabilizadas depois da assinatura de acordo para gestão compartilhada do corredor de tráfego que corta a capital, hoje sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O convênio deve ser firmado nos próximos dias entre o órgão federal e a Prefeitura de Belo Horizonte. “Precisamos fazer um trabalho muito bem pensado, e isso envolve todos os órgãos da prefeitura”, ressalta o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho.
Uma segunda área de escape
Além do conjunto de obras para desatar os “nós” no trânsito representados por estrangulamentos nos viadutos do Anel Rodoviário, há a previsão de uma nova área de escape para evitar acidentes no corredor de tráfego. Construída no ano passado, a estrutura atual, localizada nas proximidades do Bairro Betânia, já evitou 25 acidentes mais graves, sendo 10 envolvendo caminhões e ônibus e 15 com veículos de passeio, nas proximidades da temida descida da Região Oeste de BH onde engavetamentos são frequentes. O primeiro uso foi registrado 15 dias depois da inauguração da estrutura, com um caminhão carregado de minério.
Porém, segundo o responsável pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, ainda não foi definido o local para a construção da nova estrutura. “É muito importante fazer uma outra área de escape. A primeira está em pleno funcionamento e dando muito certo. Mas, para chegar àquele trecho, na época muito criticado, foi preciso fazer vários estudos. Estamos trabalhando ainda, não temos o local exato (para a nova estrutura)”, disse, em entrevista ao Estado de Minas.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais, entre 1º de agosto de 2021 e 25 de julho de 2022, 107 acidentes com vítimas foram registrados no trecho onde hoje está a área de escape. Já entre agosto de 2022 e 25 de julho deste ano, a partir da construção da estrutura de segurança, os dados mostram 66 ocorrências, revelando uma redução de 38,31% entre os dois períodos. A área de escape do Anel Rodoviário em Belo Horizonte, assumida pela prefeitura após uma sucessão de tragédias, prejuízos e mortes, foi o primeiro equipamento do tipo construído pelo poder público no Brasil.
A expectativa da prefeitura é que, à medida que ficarem prontas, as obras do pacote de modernização da via já tenham reflexos na segurança do corredor por onde trafegam diariamente 120 mil veículos. “É um conjunto de obras muito importante para BH e, com certeza, nós vamos ter uma redução significativa do número de mortes. A área de escape existente já salvou muitas vidas e nosso objetivo é que a gente possa ter outra, para continuar salvando mais vidas”, afirma o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho.
AS ETAPAS DA MODERNIZAÇÃO
OBRAS DA TERCEIRA FASE
R$ 1,2 bilhão em investimentos
Pontilhão ferroviário sobre o Anel Rodoviário e alças na Avenida Tereza Cristina
Será feito o alargamento dos viadutos existentes, a implantação de um novo viaduto, além de alças e passarelas.
Praça São Vicente
Haverá implantação de quatro novas pistas de viadutos e alças viárias.
Avenida Pedro II
Serão feitas duas novas pistas de viadutos e alças viárias.
Avenida Cristiano Machado
Haverá alargamento de viaduto existente e construção de novo elevado
Na terceira etapa de intervenções no Anel Rodoviário, o viaduto da Avenida Amazonas também ganhará novas alças e passarela
2ª FASE
Alargamento das pistas dos elevados sobre as avenidas Amazonas e Antônio Carlos
1ª FASE
Intervenções nas confluências com a BR-040 e com a Via Expressa no Bairro Califórnia
38,31%
é a redução estimada nos acidentes na região de influência da área de escape construída pela prefeitura no Anel Rodoviário de BH