Polícia Civil de Minas obtém sua primeira correspondência nacional de perfil balístico
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Polícia Civil de Minas obtém sua primeira correspondência nacional de perfil balístico

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O Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil de MG obteve sua primeira correspondência nacional de perfil balístico depois de descobrir que três armas de fogo, apreendidas em Goiás, foram utilizadas em três ocorrências de homicídios na região de Paracatu, no Noroeste de Minas.

Em trabalho conjunto com a Polícia Técnico-Científica de Goiás, a PCMG diz que o êxito somente foi possível graças à implementação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab) em Minas Gerais, bem como nos demais estados da federação, a partir da criação do Banco Nacional de Perfil Balístico (BNPB).


O chefe da Seção Técnica de Balística e Identificação de Armas e Munições (STBIAM), do Instituto de Criminalística, perito criminal Fabiano Marques da Silva Santos, explica que o BNPB começou a ser alimentado pela PCMG em janeiro deste ano e, desde então, já contribuiu com cerca de 80 correlações entre ocorrências policiais no âmbito estadual.

“Em menos de um ano, conseguimos juntar provas materiais de suma importância no sucesso investigativo e, agora, colhemos também o fruto desse trabalho com o nosso primeiro match nacional”, comemora.

Fabiano Marques diz que daqui para frente alcançarão mais correlações, uma vez que o sistema segue sendo intensamente alimentado por elementos balísticos (projéteis e estojos).

Como funciona?

Peritos da Polícia Científica de Goiás inseriram no BNPB os padrões balísticos coletados das armas apreendidas naquele estado, enquanto que os peritos criminais da Polícia Civil de Minas incluíram os elementos balísticos incriminados, ou seja, aqueles coletados nos locais de crime, bem como os retirados das vítimas dos homicídios ocorridos no âmbito da Delegacia Regional de Polícia Civil em Paracatu.

“Os materiais de ambos os estados foram cadastrados no Banco Nacional, tendo o sistema indicado probabilidade significativa de correlação entre os projéteis e os padrões das armas de calibres 380, .40 e 9 mm”, detalha o perito criminal João Luiz Silva Moreira, gestor estadual suplente do Sinab.

policial mexendo em microscópio

O banco nacional começou a ser alimentado pela PCMG em janeiro deste ano e, desde então, já contribuiu com cerca de 80 correlações entre ocorrências policiais no âmbito estadual

PCMG/Divulgação

Importância do Banco de dados

Segundo o perito, o banco nacional será fundamental para descobrir a autoria e correlação de crimes cometidos com a mesma arma de fogo. “Em especial nos crimes contra a vida (homicídios, feminicídios) e aqueles praticados por organizações criminosas de roubo de cargas/valores, que tendem a atuar em diferentes estados”, afirma.

O chefe da Divisão de Laboratório do Instituto de Criminalística, perito criminal Pablo Alves Marinho, salienta que o Banco Nacional de Perfis Balísticos, assim como acontece com o Banco Nacional de Perfis Genéticos, representa um grande salto para a investigação criminal.

Os resultados dos bancos nacionais trazem maior robustez para a prova científica e maior celeridade ao processo investigativo, além de permitir a identificação de suspeitos e ou armamentos envolvidos em crimes ainda não solucionados dentro e fora do estado.