A manhã deste sábado (16/12) foi marcada por festa e protestos na Vila Fazendinha, no Bairro Serra, zona sul de Belo Horizonte. Um grupo de moradores, apoiadores e voluntários do Instituto Padre Natanael, criado para promover solidariedade e ajuda às famílias carentes da região, se juntou para protestar contra a decisão do atual pároco da Igreja Santa Dulce dos Pobres, Jefferson Martins, recém chegado, que quer encerrar as atividades do instituto.
Sempre no mês de dezembro, nos últimos três anos, o Instituto Padre Natanael promove o Natal Solidário, que neste sábado reuniu 120 crianças, que participaram de brincadeiras e receberam alimentos.
Mas dessa vez, houve, também, uma manifestação em favor da permanência do Instituto naquele espaço. Lá, a família do Padre Natanael, que também era o pároco da Igreja de São João Evangelista - ele acumulava as duas funções -, vem se empenhando há três anos, para a conservação do prédio e acaba de criar uma creche comunitária para crianças de famílias carentes.
Além desse benefício, no prédio foram feitas adaptações para disponibilizar, além do atendimento de creche, salas para atendimentos sociais com parceiros voluntários, como advogados, psicólogos e assistentes sociais.
“O Instituto Padre Natanael é uma luz de esperança para muitas crianças e famílias da Fazendinha. O trabalho social tem transformado vidas e proporcionado um ambiente seguro e acolhedor para todos que buscam apoio e orientação”, diz a moradora Maria Silva dos Santos, de 72 anos.
Há poucos dias, o novo padre, Jefferson, que chegou lá em 21 de outubro - ele foi ordenado há apenas três meses -, expressou o desejo de retirar a instituição, o que vem causando revolta na comunidade.
Um outro morador, José Raimundo Azevedo, também fez um protesto veemente. “A igreja católica vem perdendo espaço por abandonar uma ferramenta de transformação. O Instituto Padre Natanael vem, dentro da favela, trabalhando a caridade, a solidariedade local e outras atividades educativas. Mas a igreja católica perde a força quando a ala conservadora da Igreja só quer o Padre para celebrar missas, casamentos, batismos e nada mais, sem nenhuma penetração nas bases, nas comunidades, dando oportunidade para que outros abocanhe esse trabalho”.