A suspeita praticou o suposto crime através de mensagens por meio de redes sociais -  (crédito: Creative/Commons/Divulgação)

A suspeita praticou o suposto crime através de mensagens por meio de redes sociais

crédito: Creative/Commons/Divulgação

Um pintor brasileiro, de 50 anos, que mora em Massachusetts, nos Estados Unidos, denunciou uma mulher de Uberaba, no Triângulo Mineiro, por estelionato. O prejuízo causado pelo suposto crime foi de cerca de R$ 1 milhão.

Nessa quarta-feira (20/12), uma decisão judicial determinou a quebra de sigilo bancário e financeiro da suspeita e de outros oito investigados (uma médica, uma enfermeira, entre outros profissionais), que teriam recebido quantias do pintor. Ninguém foi preso.

Segundo Luiz Novais, advogado de defesa do pintor, tudo começou em 16 de março de 2021, quando ele conheceu a mulher pela internet, sendo que iniciaram um namoro a distância e ela usava uma foto fake.



Ela dizia que estaria para receber uma suposta herança de R$ 207 milhões, mas que precisaria de quantias para quitar advogados e tratamentos de saúde. Ainda conforme relato do pintor, a mulher teria dito que ele seria ressarcido quando recebesse a herança.

“Ele é de uma cidade de Mato Grosso do Sul e me procurou faz cerca de 90 dias, depois que percebeu o suposto golpe de que estava sendo vítima. Ele fez vários depósitos para a mulher, que se passava também por advogado da mesma. Ela usava fotos falsas para aplicar o suposto golpe, mas com a sua própria voz. Longe da família e em uma outra realidade, ele acabou se envolvendo e acreditando na mulher”, contou o advogado.

“Argumentos falaciosos”


Segundo informações da decisão judicial que determinou a quebra de sigilo bancário e financeiro da mulher e dos outros oito investigados, a suspeita utilizava argumentos falaciosos para convencer o pintor a lhe enviar dinheiro para diversas situações.

“Entre elas: (1) falecimento dos pais; (2) custeio com velório de avó; (3) situações gradativas de enfermidades da sua mãe, que de início, sofreu um acidente no trabalho e precisava de dinheiro para medicamentos; (4) despesas com problemas de saúde da investigada; (5) despesas com pagamentos para cuidadoras (enfermeira Izabel, etc); (6) custeio de advogados; (7) valores para seu próprio tratamento de saúde; e (8) outras situações”, diz trecho da decisão judicial.


A descoberta do suposto golpe

Ainda conforme o advogado, o brasileiro disse que acreditou que estava sendo vítima de uma suposta estelionatária no momento em que questionou a mulher sobre algumas situações contadas, e ela acabou confessando que o advogado nunca existiu e que o mesmo, na verdade, era uma pessoa criada por ela.

“Protocolei no Ministério Público e na Polícia Civil uma representação na esfera criminal solicitando investigações devido a suposto crime de estelionato. Também entrei com uma ação de indenização por danos materiais na esfera civil buscando o ressarcimento do meu cliente”, destacou o Novais.