Vista de BH na véspera da entrada do verão: cidade pode esperar precipitações e temperaturas mais altas, mas sem as chamadas

Vista de BH na véspera da entrada do verão: cidade pode esperar precipitações e temperaturas mais altas, mas sem as chamadas "onda de calor"

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O verão começou hoje e os mineiros podem se preparar para uma estação chuvosa e com temperaturas acima da média. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), tanto no estado quanto na capital o cenário será parecido. O El Niño – que deve ter pico de atuação entre dezembro e janeiro de 2024 – continua influenciando as temperaturas e o regime de chuvas. Neste primeiro dia de verão e até o Natal o tempo tende a ficar nublado, com pancadas de chuva na capital mineira, enquanto as temperaturas variam entre 20°C e 29°C (veja quadro).


O verão no Hemisfério Sul começou à 0h27 (horário de Brasília) de hoje e termina à 0h06 de 20 de março de 2024. A estação é caracterizada pela elevação da temperatura em todo o país devido à posição da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos do que as noites e provocando rápidas mudanças nas condições do tempo. Assim, segundo o Inmet, há condição favorável para chuva forte, queda de granizo, vento de intensidade moderada a forte e descargas elétricas.


Minas Gerais segue o padrão, com a estação também marcada pelo calor e pelas chuvas. Segundo o meteorologista Claudemir Azevedo, em Belo Horizonte, por exemplo, o volume acumulado durante os três meses que compõem a estação é de 700mm, em média. “É um período bastante chuvoso”, reforça. “Em termos de temperatura, a média máxima para a capital é de 28°C, e a mínima, de 20°C.” Ele ressalta que, nesta época do ano, é comum as pancadas de chuva ocorrerem, principalmente, à tarde. Elas podem ser de forte intensidade, acompanhadas de raios e rajadas de vento.


SEM ONDA

Em BH, as chuvas devem ficar acima da média, assim como as temperaturas (cerca de 2°C acima da média). “Diferentemente do que aconteceu na primavera, com ondas de calor forte, em princípio, elas não devem ocorrer, pelo menos nesse início de estação.” Uma onda de calor é caracterizada por uma sequência de pelo menos três dias consecutivos de temperaturas máximas acima da média história para determinado local.


O meteorologista pontua que o começo do verão deve ser marcado por pancadas de chuva em Belo Horizonte e Região Metropolitana, assim como em todo o estado. Em Minas Gerais, o cenário se repete em relação às chuvas e à temperatura. Os maiores volumes devem se concentrar nas regiões Central, Sul, Zona da Mata e Triângulo. “Mas, de maneira geral, chove bem em todas as regiões do estado, incluindo o Norte e o Vale do Jequitinhonha.”


As zonas de convergência, comuns na primavera e no verão, devem ser afetadas pelo El Niño, que continua atuando para deixar as temperaturas acima da média. “De acordo com o meteorologista, com o fenômeno, a tendência é de um início de verão típico, com pancadas de chuva. “Aqueles cenários de vários dias consecutivos de chuva branda ainda não estão previstos.” Há expectativa de chuvas mais fortes, neste início de estação, na Zona da Mata.

NO BRASIL

No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste da Região Nordeste, onde os acumulados de chuva costumam ser inferiores a 400mm.


Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva é provocada, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pelo período chuvoso.


Em média, os maiores volumes de chuva podem ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste, com acumulados entre 700mm e 1.100mm.


O Inmet alerta que, atualmente, estamos sob a influência de um El Niño forte. O pico do fenômeno deve ocorrer entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. A partir de fevereiro, o fenômeno perde intensidade gradualmente até o outono do ano que vem. Até lá, junto com outros fatores, ele deve continuar influenciando o clima no país, como a manutenção das temperaturas elevadas em algumas regiões.