Todo belo-horizontino sabe que domingo é dia de Feira Hippie na Avenida Afonso Pena, no Centro da capital. Às vésperas do Natal, não seria diferente. Nem o tempo nublado espantou os clientes da tradicional feira de rua. Com a chuva dando uma trégua e o horário de funcionamento estendido até às 15h, o movimento foi intenso neste domingo (24/12).
Teve quem aproveitou para garantir uma lembrancinha em cima da hora. É o caso do Luiz Carlos de Souza, que levou o filho, Pedro, para escolher um presente. “Já comprei para o restante da família. Mas na correria não consegui levar ele. Aí trouxe hoje para escolher”, contou em entrevista à reportagem do Estado de Minas, enquanto saia com uma sacola cheia de mimos para o pequeno.
Há anos, a realização da feira não coincidia com uma véspera de Natal. A última vez que isso aconteceu foi em 2017, quando a celebração da festa cristã também caiu em uma segunda-feira. O clima de celebração tomou conta das barracas, com enfeites e muitos feirantes usando até gorros de Papai Noel.
Nem a chuva que caiu no início da manhã impediu a chegada do público. Pelo contrário, há quem diga até mesmo que ela ajudou a proporcionar um clima de compras mais tranquilo. “Me surpreendeu, imaginei que estaria bem mais cheio do que está. Isso é bom, torna nossas compras mais agradáveis”, declarou a professora Margareth Castro, olhando atentamente às opções de presentes na reta final de compras.
Acompanhada pelo irmão André Castro, ela buscava os últimos presentes que, na correria do dia a dia, não conseguiu comprar. “Estamos olhando, comprando. A data é especial e não pode deixar passar”, disse André, enquanto a irmã analisava uma blusa regata.
O velho hábito de deixar as compras para a última hora fez a alegria dos comerciantes. “Os domingos passados foram melhores. Mas a feira hoje também está boa. O mês de dezembro é sempre especial”, disse Oldmeia Costa Lajes, que atua há 14 anos na feira, vendendo vestidos e roupas femininas.
Larissa Ribeiro Soares , há quatro anos na feira, se mostrou feliz com o movimento pré-Natal. “Agora que a chuva passou começou um movimento melhor. Vou vender tudo, não vai ficar nada nessa barraca. Está vendendo bem, posso reclamar não”, contou ao Estado de Minas.
Referências cultural para a capital
Há 50 anos, a Feira Hippie de Belo Horizonte é uma marca do turismo na capital. Iniciada extraoficialmente em 1969, na Praça da Liberdade, ela foi regulamentada em 1973 pela Prefeitura de Belo Horizonte e, em 1991 se mudou para a Afonso Pena.
Independentemente do local de funcionamento, há cinco décadas a feira, além de ser um ponto de encontro e de lazer para a população, é uma importante fonte de renda para muitas famílias.A PBH estima que o evento possui cerca de 1.800 expositores, sendo que 80% prestam serviços há mais de 10 anos.
Atualmente a Feira Hippie ocupa uma área de aproximadamente 45 mil metros quadrados e recebe em média 60 mil visitantes a cada domingo, tendo um público estimado de 10 mil visitantes em horário pico. O evento é uma referência turística da capital, espaço de manifestações artísticas e culturais. Além disso, é uma das maiores feiras livres em área aberta da América Latina.