Com a prisão de dois homens, de 32 e 36 anos, a Polícia Civil encerrou a segunda fase da Operação Rio de Metal, realizada em Barão de Cocais, Mariana, Alvinópolis, Santa Bárbara e Sete Lagoas. O objetivo é combater ações ilegais de indivíduos envolvidos com o furto, roubo, receptação qualificada e sonegação de impostos referentes à subtração de minério de ferro.
Foram meses de monitoramento de campo e trocas de informações. Policiais da 1ª Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Furto e Roubo, pertencente ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), apuraram que a organização criminosa efetuava invasões em áreas de propriedade particular de uma empresa de mineração, para cometer furtos e, em algumas situações, roubo com uso de arma de fogo.
Os policiais descobriram que os suspeitos eram organizados em células criminosas e que agiam, sempre, pela madrugada, em áreas de matas como proteção natural, com a participação de olheiros, que utilizavam rádios de comunicação e armas de fogo.
Além disso, o grupo era muito organizado e tinha, até mesmo, estrutura logística para deslocamento de máquinas e receptadores previamente acionados.
Segundo os policiais, o grupo tinha uma complexa estrutura organizacional, contando ainda com empresas fantasmas para locação de máquinas pesadas, como tratores, caminhões, implementos minerários, como plantas de beneficiamento, britadores, geradores de alta potência, entre outros.
Minério de ferro
O alvo principal era o minério de ferro, o qual, depois de subtraído, era repassado a diversos receptadores para beneficiamento e revenda a outras empresas, com emissão de notas fiscais fraudulentas.
As investigações apontaram ainda que, além dos municípios mineiros, outras vítimas no estado de São Paulo tiveram prejuízos. Uma das empresas vítimas de furto mediante fraude teve mais de 15 veículos de grande porte roubados.
Segundo o delegado Wesley Campos, “não obstante os danos causados, crimes conexos são comuns para o objetivo final da célula criminosa, como o estelionato na montagem de empresas, apropriação indébita de veículos e maquinários, furto mediante fraude, sonegação de impostos e outros”.
Os policiais procuram, ainda, por criminosos que agiam em associação com este grupo. Foram aprendidas duas carretas Bitrem, dois conjuntos de caminhão e carreta, dois tratores de grande porte modelo PA Escavadeira, um trator de grande porte modelo Escavadeira Hidráulica, celulares, documentos, rádios de comunicação.
O início
A primeira fase da operação ocorreu em junho deste ano, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, oportunidade em que policiais, com apoio de uma aeronave, mapearam as ações dos criminosos.
Eles também realizaram o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Na época, tratores, caminhões, carros, computadores, notebooks, documentos, incluído os alvarás de funcionamento foram apreendidos, além do maquinário para extração de minério.