Um menino de dois anos foi colocado para dormir em um banheiro pelos professores
de uma creche municipal, em Pains, no Centro-Oeste de Minas. O caso aconteceu no dia 30 de outubro, contudo, só ganhou repercussão após ela receber uma foto feita por outra mãe no fim da semana passada.

Nela, o menino que possui espectro autista, com atraso na fala e dificuldades motoras, aparece dormindo sem camisa em uma cama portátil no banheiro.

Ao ter acesso à imagem, Milene Milheiro Silva procurou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e registrou boletim de ocorrência.


A prefeitura de Pains, em comunicado oficial no dia 8 de dezembro, informou que a Secretaria Municipal de Educação está tomando todas as providências necessárias para a apuração do caso.

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“Mais fresco”

Antes de Milene ter acesso à foto, a direção da Escola José Maria da Fonseca a chamou para explicar o caso. Alegaram que o filho dela havia sido colocado para dormir no banheiro por ser mais fresco. “Que outras crianças iam incomodar, que o banheiro estava desativado. Mas não é verdade.”, conta a mãe.

A direção disse ainda que resolveu chamá-la porque duas monitoras estavam ameaçando a instituição com o vídeo feito do menino dormindo. “Que elas estavam agindo de má-fé e foram remanejadas por motivos que eu não sei”, relata.

Diante das justificativas da escola, embora assustada, a mãe não tomou nenhuma medida. “Sou uma pessoa muito simples, fiquei sem saber. Me mostraram um banheiro sem nada, que não era usado. Até que a mãe de um coleguinha me mostrou a foto na semana passada. E não é bem assim como falaram. O banheiro não estava desativado”, explica.

A direção da escola não disse à mãe quem colocou o filho dela para dormir no banheiro. Na sala de aula, geralmente, fica uma professora e uma monitora. Agora, ela quer que o caso seja apurado para as devidas responsabilizações.

“Quero que apure, porque isso é crime. Eu não sei bem mais o que fazer. Estou muito triste, ficando doente com tudo isso”, desabafou.

Para ela, o importante é resguardar que situações como essa não se repitam. “Gostaria que não acontecesse com ninguém. É muito constrangimento, humilhação. Quero que tenha um local melhor para as crianças, com um acesso melhor, câmeras na sala, porque não tem nada para a gente acompanhar”, afirma.

Outra escola

Milene decidiu tirar o filho da escola e já o matriculou em outra, também da rede municipal. Contudo, a vaga é para 2024, quando inicia o novo ano letivo. “Estou afastada do meu trabalho para poder ficar com o meu filho”, conta. Ela trabalha em serviços gerais em um sítio na zona rural do município.

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