Um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões, que tem como vítima uma empresa que prestava serviço à Prefeitura de Belo Horizonte, é o alvo da “Operação Inclusão Digital Social”, realizada nesta quarta-feira (13/12), pela Polícia Civil. Funcionários dessa empresa de tecnologia, uma das vencedoras do Programa “Vila mais conectada”, são suspeitos de desviar equipamentos e provocar o prejuízo. Cinco pessoas já foram presas e uma está foragida.
Ao todo estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e um de busca e apreensão, em Belo Horizonte, Pedro Leopoldo e Ribeirão das Neves, ambas cidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo as primeiras informações, as instalações iniciais do programa eram alvos constantes de vandalismo. Chegou-se a pensar, inclusive, que seria resistência das comunidades que seriam beneficiadas.
No entanto, as investigações da Polícia Civil apontaram que criminosos tentaram impedir a implantação do programa, pensando ser parte do programa “Olho Vivo”, o que aumentaria a fiscalização em vilas e favelas.
Mas ao investigar funcionários da referida empresa, descobriu-se que o equipamento era furtado da rede já instalada. Ou seja, a substituição era feita pelos responsáveis pelo trabalho de implantação do sistema.
O programa investe R$ 40 milhões na implementação de tecnologia para gerar internet gratuita em 218 vilas e favelas de BH. E mais R$ 20 milhões na manutenção da rede.
E para cumprir o contrato, tal empresa acumulou prejuízos com a substituição de equipamentos. A estimativa dessa empresa é que o prejuízo inicial é de R$ 2 milhões.
Foram furtados vários transmissores avaliados em R$ 6 mil. Além disso, mais R$ 21 mil em cada um que tenha sido substituído, o preço da manutenção.
A certeza do envolvimento dos funcionários da empresa veio quando um deles foi flagrado retirando os equipamentos do local de instalação. As suspeitas aumentaram quando um funcionário, de confiança da empresa, pediu demissão.
"Os funcionários furtavam os equipamentos para depois repassá-los. Eles tiravam a rede do ar e depois substituiam o equipamento que diziam estar com defeito", diz o delegado Artur Vieira, da Delegacia de Polícia Civil Noroeste.