Uma cadeia desativada há 12 anos está à venda por R$ 1,2 milhão no município de Paraisópolis, na Região Sul de Minas Gerais. Os interessados em adquirir o imóvel têm até sexta-feira (15/12) para fazer uma proposta. Porém, precisam correr já que, segundo a Associação Comunitária Paraisopolense, já existe comprador interessado.

 

O imóvel é particular e pertence à entidade. O engenheiro civil e presidente da associação, José Lázaro de Carvalho Neto, diz que tenta doar o imóvel para a prefeitura desde que a cadeia foi desativada. “Ela foi a que mais contribuiu (financeiramente). Mas, não tivemos êxito.”

 

Ele destaca que tentou de tudo, conversando com prefeitos de várias gestões anteriores e nenhum se interessou. “Tenho termo de ajustamento de conduta marcando prazo, mas ninguém concretizou (as promessas). Todos me enrolaram e eu preciso dar um fim nisso.”

 



 

Construção e desativação

 

Neto explica que a construção da penitenciária foi proposta pelo Poder Judiciário. “Teve um juiz que passou por aqui e resolveu construir a cadeia. Foi ele que criou a associação, com auxílio da população”. O engenheiro preside a entidade desde a criação, em 1993. O imóvel pertence à associação desde a construção da cadeia. Ainda segundo Neto, na época, o juiz angariou dinheiro de toda a comarca para a realização das obras.

 

Ele disse que já existia penitenciária no município, mas ela estava em más condições de conservação. “Ficava no Centro da cidade e era muito antiga.” A que funcionava no imóvel colocado à venda foi desativada após uma rebelião. “Vieram presos de Itajubá enquanto a cadeia de lá era reformada e houve uma rebelião terrível. A Secretaria de Segurança Pública resolveu devolver (o imóvel) para a associação e tirou os presos daqui”, relata.

 

Venda e doação

 

Diante da falta de interesse do Executivo municipal, a maneira encontrada pela diretoria da associação foi colocar o imóvel à venda. Se o negócio for concretizado, a entidade vai doar o dinheiro para quatro instituições da cidade: a Apae, o hospital, o asilo e a Casa da Criança. Parte do dinheiro também será usada para reativar o funcionamento das câmeras de monitoramento da cidade. “Esse dinheiro vai voltar para a comarca”, afirma Neto.

 

A associação contratou uma empresa de marketing para ajudar na venda. O presidente diz que, segundo a empresa, já existem interessados em adquirir o imóvel. “Vamos ver se vai se concretizar. Esperamos que apareça pelo menos um”. Segundo ele, o interessado pode fazer 50% do pagamento à vista e o restante parcelado em 12 vezes.

 

O presidente da associação diz que, para um município de 22 mil habitantes, a criminalidade não chega a assustar. Porém, os roubos a bancos, que acontecem em cidades do interior, são os crimes que causam maior apreensão na comunidade atualmente.

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