Encontrado na tarde desta quarta-feira (3/1), boiando nas águas do Rio Itabirito, no distrito de Marzagão, em Itabirito, na região central do estado, o corpo do motorista de aplicativo Leone Lucas dos Santos, de 22 anos. Ele estava desaparecido desde o último dia 28. Foi um crime de latrocínio e os quatro suspeitos, um casal, o homem de 25 anos e a mulher de 31, a irmã desta, de 29 anos, e um adolescente, de 16, estão presos desde terça-feira (2/1).
No último dia 28, Leone aceitou uma corrida de Belo Horizonte para Itabirito. Depois disso, não se teve mais notícias dele. Morador do Aglomerado da Serra, Leone tinha por hábito manter contato com amigos, quando fazia uma corrida longa e, nesse dia, relatou a um deles que havia algo estranho com os passageiros do seu carro, quatro pessoas.
Este foi o último comunicado de que se tem notícia. Nas investigações, a polícia conseguiu a pista de quatro suspeitos: um casal, o homem de 25 anos e a mulher de 31, a irmã desta, de 29 anos, e um adolescente, de 16. Os quatro foram presos na terça-feira (2/1), e confessaram o crime.
O crime foi apurado pela Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), da Polícia Civil, que investigava o caso desde o dia 29, quando a família do jovem procurou a unidade policial para registrar o boletim de ocorrência.
Segundo o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, as investigações apontaram que o homem é vítima de um crime premeditado por dois casais de namorados.
Eles embarcaram no carro de aplicativo da vítima, na madrugada do dia 28, saindo da divisa de Belo Horizonte e Nova Lima com destino à rodoviária de Itabirito, depois que o carro em que estavam, estragou. Se dirigiam a Betim e mudaram os planos quando isso aconteceu.
O delegado afirma que o motorista de aplicativo exigiu adiantamento de R$ 100, o que foi feito por uma das mulheres, solicitante da corrida. O restante seria pago ao final do destino. “No início do trajeto, o motorista parou no Posto Chefão para abastecer e saiu do carro. Neste momento, desconfiado dos passageiros, ele enviou mensagens para amigos afirmando que a ‘corrida molhou’, ou seja, era perigosa.”
Enforcamento
Depois do carro passar a barreira da PRF, segundo o delegado, um dos indiciados fingiu passar mal. “Em seguida, o menor pediu ao motorista para parar o carro. Este menor, inclusive, já havia tirado a camisa e a enrolou de forma a deixá-la rígida como uma corda. O outro suspeito então pegou a camisa enrolada pelo menor e enforcou a vítima, puxando-a para o banco traseiro. Neste momento, os dois continuaram a enforcá-lo”, explica o delegado.
Nesse momento, continua o policial, o adolescente assumiu a direação do veículo. Na entrada da cidade, na Ponte do Rio Itabirito, jogaram o corpo e o celular da vítima.
“Em seguida, os suspeitos entram em uma estrada de terra na região do Marzagão e dispensam o celular da solicitante da corrida. Em outro ponto, dispensam outros pertences da vítima. Depois andam mais alguns metros e abandonam o carro. Em seguida, a solicitante registra um falso boletim de ocorrência de furto de celular, na tentativa de criar um álibi”, explica o delegado.
A mulher que solicitou a corrida, o suspeito e o menor infrator contrataram advogado e se apresentaram na delegacia de Itabirito nesta terça-feira (2/1). A outra suspeita foi presa no mesmo dia por policiais da Delegacia de Polícia Civil, em Itabirito.
Mais corpos
Durante as buscas pelo corpo do motorista de aplicativo, outros três corpos, não relacionados a esse crime, foram encontrados no Rio Itabirito. Eles foram levados para o IML.