Imagem mostra cachorro pitbull deitado em calçada de Pouso Alegre -  (crédito: Redes Sociais)

Imagem mostra cachorro pitbull deitado em calçada de Pouso Alegre

crédito: Redes Sociais

A morte de um cão da raça pitbull gerou revolta de grande parte da população de Pouso Alegre e região. Isso porque o animal, que estava solto nas ruas, foi levado para o Centro de Bem Estar Animal da cidade, onde foi decidido realizar uma eutanásia no cachorro.

A decisão do procedimento, segundo a prefeitura, foi do próprio médico veterinário que atende no canil. Em nota, a administração informou que tomou conhecimento do caso nessa terça-feira (3/1) e que acionou o jurídico para apurar o caso e as ações de todos os envolvidos.


“A Administração da Prefeitura esclarece que somente nesta terça-feira (3), no final da tarde, tomou conhecimento a respeito da eutanásia de um cachorro da raça Pitbull, ocorrida recentemente e prontamente acionou o jurídico para apurar o caso e as ações de todos os envolvidos. O município reitera seu compromisso com a segurança da comunidade e com o bem-estar dos animais, destacando que todas as medidas legais serão tomadas”, informou a nota da prefeitura.

O cão foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, que foi acionado pelo 193 para a captura do animal. De acordo com o Boletim de Ocorrências registrado pela corporação, o animal estaria avançando sobre o dono de uma loja, onde o animal estaria em frente, solto.

“O solicitante informou que um cachorro da raça pitbull encontrava-se na frente de sua loja e que, ao tentar abrir o estabelecimento, o cachorro teria avançado nele. Disse ainda que não conseguia abrir sua loja pois o animal oferecia risco à sua segurança”, informou o Corpo de Bombeiros.

Os militares ressaltaram que, enquanto a guarnição estava preparando o material de captura e conversando com o solicitante, o cachorro avançou em uma senhora que estava passeando com um cão de pequeno porte. “O ataque foi impedido por um membro da guarnição”, relatou.

Em seguida, o pitbull foi capturado pela guarnição com uso de cambão e colocado dentro de gaiola específica. O comerciante ainda informou à corporação que o cachorro havia aparecido naquele local pela manhã e não tinha informação referente ao proprietário do cão.

“Posteriormente, levou-se referido animal até o centro de bem estar animal. Passou-se a situação para os funcionários do estabelecimento que informaram que, devido a superlotação, já não havia mais local para deixar cachorro. Considerando que tratava-se de cachorro de raça tipicamente brava, o histórico de ataques repassado pelo solicitante, o fato presenciado pela guarnição, na qual o cachorro tenta atacar um transeunte que estava passeando com seu cachorro e a superlotação do centro de bem estar animal, o centro de bem estar animal optou pela eutanásia do animal, tendo em vista a ameaça a segurança pública e à população que o animal representava”, encerrou a nota dos Bombeiros.

Nossa equipe procurou a tutora do animal, que disse que não iria se pronunciar.

Vereador vai acionar MPMG

Por meio das redes sociais, a tutora do animal fez uma publicação, responsabilizando o vereador Helio da Van pela morte do animal. Depois, em outra publicação, ela pediu desculpas e disse que “pensei que esse Bem Estar Animal era do vereador. Aquiles morreu no lugar que eu pensei que salvava vidas”, escreveu ela.

Por meio de suas redes sociais, Helio da Van divulgou nota de esclarecimento e disse que o Canil Municipal cometeu um crime, pois existem duas leis (uma de autoria dele e uma lei estadual) que proíbem sacrifícios de animais sadios. Foi o vereador que, acompanhado da PM, encontrou o animal morto no canil.

“Eles não poderiam ter matado o cachorro. Eu pergunto a vocês: será que foi somente ele? Será que foi um fato isolado? O cachorro estaria na rua, segundo relatos nos posts das redes sociais, desde o dia 29 e mesmo assim não mordeu ninguém. Como assim era agressivo?”, criticou.

O vereador ainda citou que vai fazer uma representação no Ministério Público para que a prefeitura, responsável pelo canil, seja responsabilizada pelo ato que ele chamou de “cruel e criminoso”.

“Em momento algum deram ao animal a chance de ser reencontrado pelo tutor. Não fizeram um post, não ligaram pra nenhum protetor. Com certeza, o animal estava assustado, mas isso não justifica. Infelizmente eu e nenhuma ONG temos mais condições de abrigar cães e, por isso, o poder público é muito importante. Infelizmente não podemos contar com esses governo que começou na gestão Simões. Sou o único que cobra melhorias para os animais na Câmara Municipal, mas sozinho não consigo muito, pois não sou prefeito e só o prefeito tem o poder de fazer”, encerrou o vereador.

ONG marca protesto

Após a repercussão do caso, o Grupo de Apoio e Proteção aos Animais ‘Desabandone Focinhos’ usou as redes sociais para marcar um protesto em Pouso Alegre. A ação acontecerá no sábado (06/01), às 9h, saindo da rodoviária.

“Precisamos no maior número de pessoas possível. Estejam todos de branco e levem cartazes com pedidos de justiça, podem escrever o que estiver no coração de vocês”, escreveu a ONG nas redes sociais.


Iago Almeida / Especial ao EM