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Acaiaca, um arranha-céu habitado pela história

Edifício construído em 1943 é reconhecido de longe pelas efígies indígenas no alto da torre; no local, foi instalado um abrigo anti-aéreo durante a Segunda Guerra

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Em 1943 surgiu no belo horizonte da capital mineira uma construção imponente e que permanece icônica até hoje. O Acaiaca, localizado no Centro, é considerado por alguns o primeiro arranha-céu de BH, disputando o título com o edifício Ibaté, construído 12 anos antes na Rua São Paulo, com 10 andares. Se não é o primeiro, com certeza foi o mais alto. Com 130 metros do piso ao topo e 30 andares, o edifício Acaiaca é reconhecido facilmente pelas efígies indígenas, uma virada para a Rua Espírito Santo e outra para a dos Tamoios, que testemunham o vai e vem da região mais movimentada da cidade há oito décadas.

O prédio em estilo art déco foi construído pelo empreendedor Redelvim Andrade, natural de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e projetado pelo genro dele, o arquiteto Luiz Pinto Coelho. Antes de ser Acaiaca, a área era ocupada por uma igreja metodista, construída 38 anos antes. Depois da construção do prédio, o local cumpriu diversas funções ao longo dos anos, abrigando lojas luxuosas, boates e a primeira sede da extinta TV Itacolomi, dos Diários Associados, primeira emissora mineira, inaugurada em 1955.

Além disso, o famoso cinema de rua do edifício, que hoje funciona como igreja evangélica, era ponto de entretenimento para os belo-horizontinos. E mais: para a segurança da população durante a Segunda Guerra Mundial, um abrigo antiaéreo foi instalado no subsolo, localizado abaixo do antigo cinema, e atualmente funciona como área de carga e descarga.


O Acaiaca foi também palco de histórias políticas. No 11° andar, conspirava o grupo Novos Inconfidentes, uma classe empresarial que se reunia para planejar o golpe de Estado de 1964. O edifício abrigou ainda a sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado e a Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o que tornava o edifício um polo de cultura.


O nome do prédio também é uma parte interessante da história: a palavra acaiaca vem de uma lenda indígena. Nas proximidades do Arraial do Tejuco, atual Diamantina, havia um povo indígena que “venerava” um frondoso cedro, chamado de acaiaca. A história passada de geração em geração dava conta que, no começo do mundo, o Rio Jequitinhonha transbordou, inundando tudo. Apenas um casal sobreviveu, subindo na árvore para se proteger. Depois que as águas baixaram a Terra foi povoada.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

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