O Conselho Tutelar dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes de Buritis, no Noroeste de Minas, vai ouvir, na tarde desta quarta-feira (17/01), os depoimentos das três crianças – uma menina, de 7 anos, e dois meninos, de 9 cada, resgatados na noite da última segunda-feira (15/01) em Santa Maria (DF), após denúncias de maus-tratos.
O resgate das vítimas foi feito por equipes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e da Polícia Militar de Goiás (PMGO). As três crianças estavam na cidade-satélite de Brasília desde dezembro, passando férias na casa dos tios.
O caso foi descoberto depois que o Conselho Tutelar de Valparaíso de Goiás recebeu uma denúncia anônima, que dizia que, dentro da residência, no Residencial Santa Maria, as crianças estavam sendo agredidas.
Após o resgate pelos militares, a mãe das vítimas foi identificada como Ilma Cardoso da Silva. Ela viajou de Buritis até Santa Maria ao encontro das crianças e retornou à terra natal com os filhos.
Na manhã desta quarta-feira, a reportagem do Estado de Minas apurou junto ao Conselho Tutelar de Buritis que as crianças voltaram à casa da família na cidade. O depoimento delas está marcado para a tarde do mesmo dia, na sede do conselho.
Marcas por todo o corpo
Conforme informações da PMDF, na casa onde as vítimas se encontravam em Santa Maria, foi constatado que o tio batia nas crianças e a tia se omitia. Os policiais notaram, também, marcas de agressões por todo o corpo das crianças, que foram encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) do DF.
A tia das crianças foi presa. Já o tio das vítimas, fugiu.
De acordo com matéria do portal G1/DF, a tia das vítimas, Raene Bispo da Silva, de 27 anos, assumiu as agressões. As crianças disseram que foram espancadas pelo tio, João Lucas Cardoso da Silva. A defesa dos suspeitos não foi localizada.
Ainda conforme o G1/DF, a mãe das crianças alegou que os filhos viajaram para passar férias desde o dia 20 de dezembro.
A mulher contou que, ao tomar conhecimento das agressões, viajou de Buritis para o Distrito Federal. E disse que o próprio suspeito ligou para ela para relatar o que tinha ocorrido.
"Ele alegou que tinha corrigido os meninos e tinha batido, deixando hematomas e o Conselho pegou. Não imaginava que era tão grave assim. Os meninos estão todos machucados e com hematomas. Para mim, isso foi uma tortura", declarou.