Padaria La Putaria  -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Padaria La Putaria

crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press

 

A padaria La Putaria anunciou o fechamento temporário de duas lojas no Brasil, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. A marca, que tem unidades na Itália e em Portugal e causou polêmica ao vender doces em formato de órgãos genitais, comunicou via Instagram que vai passar por um rebranding (uma estratégia de marketing de reposicionamento da marca), dando a entender que a decisão é resultado de pressão por parte de políticos.

Na postagem, a marca afirma que o rebranding não está relacionado com o governo atual. “Não queremos criar rivalidade política, o nosso caso está relacionado a deputados, vereadores e sindicatos em Ipanema (na capital fluminense). As ações afetaram as lojas, assim como fake news”, afirma o post, sem entrar em mais detalhes.

Embora as duas unidades brasileiras estejam fechadas, a La Putaria comunicou que vai abrir filiais, com novo formato, e que tem planos de expansão para outras cidades e países. Além disso, a padaria continuará atendendo a encomendas para eventos como chás de lingerie e festas.

A marca de crepes eróticos foi criada pela mineira Juliana Lopes e pelo austríaco Rob Kramer em 2021, em Lisboa. Nos anos seguintes, foram abertas filiais em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Roma. Em fevereiro de 2022, um mês após a inauguração, a unidade de Belo Horizonte, na Savassi, Região Centro-Sul da capital, se tornou alvo de críticas. O vereador Álvaro Damião (DEM) encaminhou uma denúncia à Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte, com o objetivo de restringir o acesso de menores ao local.

A loja do Rio de Janeiro, no entanto, foi a que causou a maior controvérsia. Uma associação de moradores do Bairro Ipanema fez uma reclamação sobre o nome do local. Com isso, em junho de 2022, o Ministério da Justiça proibiu a exibição dos produtos da loja nas vitrines e determinou a retirada de letreiros com palavras ou desenhos de teor sexual.

Também foi proibida, em todo o país, a venda de "produtos que reproduzam ou sugiram o formato de genitálias humanas, partes do corpo humano com conotação sexual, erótica ou pornográfica" para menores de idade.

Depois disso, as duas lojas brasileiras continuaram em funcionamento até o último fim de semana, mas com o nome “La Censura” e um aviso na porta explicando a situação. As unidades em Lisboa e Roma seguem abertas, com o nome original.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho