Artur marcou presença no ensaio deste sábado -  (crédito: Alessandra Mello/EM/D.A Press)

Artur marcou presença no ensaio deste sábado

crédito: Alessandra Mello/EM/D.A Press

O bloco Todo Mundo Cabe no Mundo fez mais uma vez justiça ao nome, provando que, além de haver espaço para todos na sociedade, tem seu lugar na folia da capital mineira. Por isso mesmo é que a balconista Luciene Ferreira Neves, de 54 anos, levou o filho Artur Neves, de 21, para participar do ensaio do grupo, na rua Piauí, em frente ao espaço cultural Asa de Papel, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste da cidade, neste sábado (27/1).

Portador de Síndrome de Williams, uma doença genética rara, Artur sempre gostou de música e toca vários instrumentos de percussão. A passeio na capital mineira, ela ficou sabendo do bloco e levou o filho. O jovem, na maior alegria, tocava seu agogô. “Ele, desde pequeno, adora música, e é muito difícil acharmos lugares de diversão inclusivos, por isso viemos aqui”, conta a mãe de Artur.


Essa é a proposta do bloco, não deixar ninguém fora do Carnaval. Para tocar no Todo Mundo Cabe no Mundo, há somente uma exigência: ter um instrumento musical. Fundado por Marcelo Xavier, artista plástico e cadeirante há 20 anos, e um grupo de amigos, o bloco desfila desde 2016, tendo sempre como enredo o combate ao preconceito e a inclusão de pessoas com deficiência, cadeirantes, portadores de síndromes, crianças de todas as idades e idosos.


“A principal proposta é ser um bloco aberto para qualquer pessoa, então a bateria não tem nenhuma limitação. Quem chegar, participa. A gente ensaia ao longo do ano, e se a pessoa chegar no dia do desfile e quiser entrar na bateria, não tem nenhum problema. Não tem corda, não tem nada", afirma um dos fundadores do bloco, Leonardo Medina.

 

“Nossa bateria não é profissional e não busca a perfeição. Para caber todo mundo no bloco, a gente tem que aceitar as limitações de cada um. Quanto menos perfeita, melhor, porque ninguém vai se sentir intimidado, e todos vão poder participar”, conta Medina.

 

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O nome do grupo é uma inciativa de Marcelo Xavier, portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), para combater o preconceito e defender a inclusão. Em 2012, ele convocou um ato na Praça Duque de Caxias, batizado de “Preconceito zero: todo mundo cabe no mundo”. “Quando resolvemos montar o bloco ele logo deu o nome: Todo Mundo Cabe no Mundo e no Carnaval”.


O bloco desfila no dia 11 de fevereiro (domingo). A concentração está marcada para as 11h na rua Piauí 63, esquina com avenida Brasil, no Bairro Santa Efigênia. Para participar, é só chegar com seu instrumento musical.