O período chuvoso chegou de vez e a população de Belo Horizonte está vivendo com mais um extremo meteorológico. Depois das ondas de calor, a cidade é atingida por temporais capazes de deixar ruas alagadas e causar desmoronamento. Na tarde deste domingo (31/12), em duas horas, nas regiões da Pampulha e Noroeste o volume da água superou os 50 mm, chegando a 82 mm e 74,8 mm, respectivamente. Os acumulados representam 24,2% e 22,1% do esperado para dezembro. Apesar disso, nenhuma regional da capital superou a média climatológica esperada para o fim do ano, de 339,1 mm.

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Como consequência às constantes chuvas, a Defesa Civil de BH emitiu um alerta vermelho para risco geológico nas regionais da Pampulha e Noroeste. O aviso é válido até a terça-feira (2/1). Durante o período, a recomendação é que moradores prestem atenção no grau de saturação do solo, sinais construtivos e cuidados com quedas de muros, deslizamentos e desabamentos.



De acordo com o balanço da Prefeitura de Belo Horizonte, os bairros da Pampulha foram os mais afetados pelo temporal. Na rua Felício dos Santos, no bairro Santa Terezinha, uma cratera se abriu no meio do asfalto, onde acontecia uma obra pública de canalização de água e adaptação de boca de lobo. A rua foi tomada por lama e está interditada na manhã de hoje. Segundo a Defesa Civil, houve o rompimento de uma adutora da COPASA e, por isso, o local foi isolado. A pasta explicou que nenhum imóvel foi interditado e a BHTrans reforçou a sinalização no local.

Já na Avenida Heráclito Mourão de Miranda, também na Pampulha, onde passa os córregos Ressaca e Coqueiros, a chuva levou parte do asfalto na altura do cruzamento com a Avenida Altamiro Avelino Soares. O local passou recentemente por obras para a construção de uma ponte que interliga os bairros Serrano e Castelo. A recomposição do asfalto será executada assim que as condições climáticas forem adequadas.

Alagamentos

Além dos episódios de erosão do solo, também foram registrados oito pontos de alagamento pela capital. Imagens publicadas nas redes sociais mostram a Avenida Amintas Jaques, no Bairro Glória, na Região da Pampulha, coberta pela água lamacenta. De acordo com o Corpo de Bombeiros, até as 18h de ontem, foram feitas sete solicitações de socorro na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Na capital, o resgate ocorreu na Rua Camila Maria, no bairro Lindéia, região do Barreiro; na Avenida Abílio Machado, no bairro Alípio de Melo, região Noroeste; na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Dom Bosco, região Noroeste; e na rua Cristiano Otoni, no bairro Santa Terezinha, região da Pampulha.

Apesar de todo o estrago, de acordo com a PBH não houve registro de desabamentos ou pessoas desalojadas e desabrigadas na cidade. Desde as primeiras horas desta segunda-feira (1/1), equipes da BHTrans, Superintendência de Limpeza Urbana e da subsecretaria de Zeladoria Urbana estão nos locais onde houveram ocorrências realizando a limpeza, desobstrução e sinalização das vias.

Menos uma tragédia

Como de praxe, durante as fortes chuvas deste domingo a Avenida Tereza Cristina, margeada pelo córrego Ferrugem, na Região Oeste, foi interditada devido ao alto volume de água e grande possibilidade de transbordamento. No entanto, o alagamento foi impedido pela Bacia de Detenção B5, que ainda está em construção, já nas últimas etapas para ser finalizada. O objetivo da estrutura é acumular às águas do Córrego Ferrugem, e quando concluída terá uma capacidade volumétrica equivalente a 274 milhões de litros d’água.

Na Região Oeste, onde se encontra a bacia, choveu 27,8 mm nas últimas duas horas, o equivalente a 21,6% do esperado para todo o mês de dezembro. Na Pampulha, outra regional atingida pela tempestade, a precipitação chegou em 81,4 mm (24%).

A obra faz parte de um pacote para mitigar os efeitos do período chuvoso na capital e inclui intervenções de prevenção de enchentes, tratamento de Fundo de Vale, implantação e ampliação do sistema macro e microdrenagem. Até então, dez obras foram concluídas. Entre elas, a construção de bacias de detenção (Bacia de Detenção do Córrego São Francisco/Assis das Chagas e Bacias de detenção do Córrego Túnel / Camarões) e de uma caixa de captação de água da chuva, na Avenida Vilarinho, na Região de Venda Nova - outro ponto em que as enchentes eram rotina durante a época de chuvas.

Além disso, outras nove obras ainda estão em andamento. Incluindo no Ribeirão do Onça, próximo a Estação São Gabriel, na Região Nordeste, que tem o objetivo de evitar inundações na Avenida Cristiano Machado. E a construção de reservatórios subterrâneos próximo aos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão do Isidoro. A previsão é que todas as intervenções sejam finalizadas até 2026.

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