O Carnaval de Belo Horizonte está cada vez maior, e a edição deste ano já terá mais blocos de rua que a do Rio de Janeiro, referência nacional e internacional da folia. A capital mineira contará com quase cem blocos a mais: BH terá 536, e o Rio, 453, conforme números divulgados pelas prefeituras das cidades.
No ano de 2023, o Carnaval de BH teve 5,25 milhões de pessoas circulando na cidade. A Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) não divulgou dados oficiais após o encerramento das festividades, mas o público estimado era de 5 milhões.
A expectativa para Belo Horizonte neste ano é que 5,5 milhões de foliões encham as ruas da capital. A previsão do Rio ainda não foi divulgada.
O número de ambulantes também foi maior em BH: 16.117 pessoas foram credenciadas em 2023, enquanto no Rio, 10 mil vagas estavam disponíveis, e o resultado ocorreu por sorteio. Para este ano, serão 15 mil vagas.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não limita o número de ambulantes, então a expectativa é que ainda mais pessoas façam o credenciamento, que começa nesta terça-feira (16/1).
Em 2024, 168 novos blocos de rua se inscreveram para desfilar pela primeira vez no Carnaval de BH. No total, na Região Sudeste, a capital mineira só fica atrás de São Paulo, com 579 blocos. Ao Estado de Minas, a presidente da Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos, Polly Paixão, comentou sobre a quantia e a expectativa para as próximas edições.
“Para o ano que vem, pode ser que esse número cresça. Apesar de que, sinceramente, quantidade não é qualidade, sabe? Não adianta ficar tendo um monte de bloquinho sem dinheiro, um monte de bloquinho com dificuldade de sair. Seria mais interessante se as pessoas conseguissem melhorar a qualidade dos que já têm”, afirma.
De acordo com a PBH, para este ano, a previsão é de 581 cortejos, a serem realizados pelas nove regiões da cidade – trata-se de um aumento de 15% em relação à edição anterior. Porém, o número de desfiles pode oscilar até os dias oficiais do Carnaval, pois alguns blocos acabam desistindo de viabilizar seus cortejos. Com base em análises dos anos anteriores, há uma desistência de, em média, 25% dos desfiles pré-cadastrados.
O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, explicou o motivo de tantos blocos optarem por não realizar os cortejos. “A prefeitura dá toda a condição para o bloco sair, ela para o trânsito, banheiro, grades, policiamento, limpeza. Mas o custo do bloco com banda, artistas, trio elétrico e figurino não é barato. O custo foi ficando muito alto, e o mercado, aumentando. O trio elétrico, por exemplo, fica cada vez mais caro, e hoje se tem uma necessidade de um investimento maior, disse.
Mesmo com as desistências, o Carnaval deste ano promete ser o maior até agora. “A gente está com uma expectativa muito alta em relação ao Carnaval de 2024, principalmente por causa do investimento que o governo de Minas resolveu fazer esse ano no Carnaval. Tem propaganda do nosso Carnaval no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Salvador, no Recife. A gente acredita que isso vai fomentar ainda mais o turismo, e nossos bloquinhos vão estar muito bons”, afirma Polly Paixão.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata