O coronel da reserva do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, de 68 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira (15/1), em Belo Horizonte, pela Polícia Civil de Mato Grosso. O militar é suspeito de financiar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, de 56, a tiros, em 5 de dezembro do ano passado, em Cuiabá, em frente ao seu escritório localizado no Bairro Bosque da Saúde. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi surpreendida pelo executor.
Apontado pelas autoridades como quarto envolvido no homicídio, Caçadini foi nomeado em janeiro de 2019 para comandar a Subsecretaria de Integração de Segurança Pública do Governo de Minas. Em setembro do mesmo ano, o coronel pediu exoneração e atualmente atua como diretor em duas empresas especializadas em treinamentos no setor de segurança. Em 2022, a Câmara Municipal de Belo Horizonte concedeu a ele o “Título de Cidadania Honorária”.
O mandado de prisão nesta manhã foi cumprido com apoio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil mineira – local para onde o militar da reserva foi conduzido. Lá, ao ser interrogado pelo delegado Nilson André Farias, da Polícia Civil de Mato Grosso, Caçadini manteve-se em silêncio, segundo comunicado das autoridades à imprensa. Ainda não há definição sobre a transferência do militar para Cuiabá.
A mulher apontada nas investigações como a mandante do homicídio, Maria Angélica Caixeta Gontijo, foi presa em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, em 20 de dezembro, e teve três armas e o passaporte apreendidos. Na delegacia, ela negou que tivesse encomendado o assassinato.
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O executor do crime, Antônio Gomes da Silva, foi capturado no mesmo dia em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Hedilerson Martins Barbosa, provável intermediador, responsável por contratar o serviço e entregar a arma de fogo ao executor, foi localizado e preso em 22 de dezembro. No dia seguinte, os três foram transferidos para Cuiabá.
Motivação
Maria Angélica teria dado ordens para a execução de Roberto Zampieri depois de perder em disputa judicial uma propriedade rural de aproximadamente 20 mil hectares em Ribeirão Cascalheira (MT). O advogado assassinado representava os interesses da parte contrária, que venceu a ação.
“As investigações da Delegacia de Homicídios de Cuiabá apontaram que, após contratar o executor pelo valor de R$ 40 mil, o intermediário despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada em seu nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, a mesma data em que ocorreu o crime. O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense”, explicou a Polícia Civil em comunicado.