Com mais do dobro de notificações de dengue em uma semana, moradores de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, afirmam que há subnotificação na cidade.

De acordo com o Boletim Arboviroses, da Secretaria de Saúde de Lagoa Santa, entre os dias 7 e 14 de janeiro, houve um total de 466 casos notificados da doença, comparado ao da semana anterior, entre os dias 31 de dezembro e 6 de janeiro, que registrou 134 casos.

Com o aumento de 247,76%, o dengômetro apresentou risco muito alto de ocorrências da doença na cidade. Conforme o boletim, há suspeita de 232 casos.





A moradora de Lagoa Santa, Anna Silva, conta que não faz parte dos 332 novos casos porque o resultado deu negativo no Posto de Saúde.

Porém, os sintomas aumentaram e a moradora procurou uma drogaria e fez o exame particular que resultou em positivo.

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“Acredito que o número de pessoas infectadas é ainda maior, simplesmente colocaram o resultado como negativo para não terem que notificar o real número na cidade”.

A moradora do Bairro Lundiceia 2, Wanderleia de Souza, conta que cinco pessoas da família estão doentes. A salgadeira alega que o carro fumacê passou em outras ruas do seu bairro e não borrifou o inseticida em sua rua.

“Só na minha casa tem cinco pessoas com dengue, entre elas, uma criança de quatro anos e um idoso de 67 anos. O fumacê passou quatro vezes no mesmo dia em uma rua próxima à minha e deixou a gente aqui desamparado”.

Nas redes sociais da prefeitura de Lagoa Santa é informado que o Fumacê está sendo aplicado em áreas específicas com notificação de casos suspeitos da doença e que são feitos mutirões de limpeza pesada nos bairros. As datas e locais são disponibilizados no site da prefeitura.

Para a moradora do Bairro Promissão, Sônia Tertuliano, a técnica de nebulização é capaz de eliminar apenas os mosquitos adultos e os focos de Aedes aegypti só são combatidos com a eliminação de água parada. A moradora conta que em sua rua quase todos os vizinhos estão com dengue e ela teme ser infectada por causa de um lote com matagal.

“A prefeitura precisa intensificar as ações da equipe de Limpeza Urbana, o fumacê tem baixa eficiência e o mais importante é a visita nas casas e a fiscalização de lotes com matagais e casas com piscinas abandonadas”.

Segundo a Secretaria de Saúde de Lagoa Santa, os locais programados são definidos com a Vigilância Epidemiológica estadual e municipal, de acordo com critérios de casos suspeitos notificados pelos serviços de saúde, conforme banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e a localização estratégica do bairro no bloqueio de transmissão da doença e infestação do mosquito vetor.

Informa ainda que, além do site da prefeitura, as pessoas estão sendo informadas por meio de panfletos deixados nas caixas de correspondência com as instruções a serem seguidas e horários de serviço. Um carro de som também tem circulado nos bairros informando a comunidade sobre a aplicação do inseticida. 

Com relação às casas e lotes em estado de abandono, com mato alto e acúmulo de lixo, a Secretaria municipal de Saúde afirma que o serviço de fiscalização ambiental é realizado pela Secretaria municipal de Meio Ambiente. O cidadão pode denunciar diretamente no site da prefeitura.

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