O subsecretário de Proteção e Defesa Civil de Belo Horizonte, Waldir Figueiredo, disse, em entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira (24/1), que o órgão não previu o volume de chuva que atingiu Belo Horizonte, na noite dessa terça-feira (23/01). O representante ainda culpou as mudança climáticas pela “grande quantidade de água”.

 

Somadas as nove regionais, a chuva alcançou, em média, 62 milímetros (mm), quase duas vezes o previsto pela Defesa Civil, que inicialmente estipulou 40mm. “Os modelos matemáticos não previam esse volume de chuva. Nós previmos chuvas que poderiam chegar até 40mm. O que nós percebemos é que os fenômenos climáticos se desenvolvem de uma maneira muito abrupta, muito rápida”, afirmou.

 



 

Em algumas regionais, como a Oeste, o volume ultrapassou 90mm, chegando a 27,7% do esperado para todo o mês de janeiro, entre as 19h de terça-feira e as 7h desta quarta. Na Pampulha, o acumulado bateu 79,4 mm, o que equivale a 24% da média climatológica do mês, que é de 330,9mm. 

 

Nas contas da Defesa Civil foram sete pontos de alagamentos. Os mais graves concentrados nas regionais Oeste, Pampulha e Venda Nova, onde o órgão instalou postos de comando para mapeamento dos atingidos. Ao todo, a Defesa Civil recebeu 44 solicitações na noite dessa terça-feira, nove delas por risco de desabamento de casas, muros e deslizamentos de terra.

 

"Nenhum rio transbordou", diz prefeito

 

Fuad culpou o entupimento de bueiros pelos alagamentos nas vias de BH, e avaliou as obras de contenção de enchentes e deslizamentos de encostas como cruciais para “evitar o pior”. “Não tivemos nenhuma vítima. Se a chuva tivesse acontecido como em anos anteriores, o desastre seria muito pior”, afirma.

 

"As pessoas deixaram o lixo na rua antes da chuva. A maior parte das ruas que foram alagadas não foi porque o rio transbordou, mas porque a boca de lobo não conseguiu absorver toda aquela água. ", completou o prefeito.

 

 

O temporal deixou ruas e avenidas alagadas, pessoas ilhadas e árvores caídas em toda cidade. Nesta manhã, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) se reuniu com representantes da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e Defesa Civil para debater as ocorrências e os próximos passos.

 

"É uma guerra, estamos conseguindo algumas vitórias, mas temos ainda que lamentar alguns dados", declarou Fuad. Ele avalia, no entanto, que as obras de contenção de enchentes inacabadas são parte do problema. "Não estão todas prontas (as obras), algumas não estão nem iniciadas, e isso ainda permite permite que tenha algumas áreas com mais risco", aponta.


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