O médico Roberto Marcio Martins de Oliveira, de 58 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por violação sexual mediante fraude contra cinco pacientes mulheres, além de coação no curso do processo. Os crimes ocorreram em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O cardiologista também é investigado pela morte de Jéssica Marques Vieira, aos 32 anos, após a retirada de um DIU da paciente. Um dos indiciamentos aconteceu em 24 de novembro e os demais em 5 de dezembro, mas só foram confirmados à reportagem pela assessoria da PCMG nesta quinta-feira (25/1).



A investigação aponta que o médico cometia os abusos sexuais há pelo menos cinco anos. Porém, cinco pacientes formalizaram denúncia contra ele. “A clínica que pertence ao médico funciona há cerca de 22 anos. Pelo modo de agir e a repetição dos relatos das mulheres, acreditamos que existam outras vítimas”, declarou o delegado Cláudio de Freitas Neto em coletiva à imprensa em novembro do ano passado. Roberto Marcio Martins De Oliveira está preso desde o dia 17 daquele mês.

Uma das vítimas contou que procurou o médico para realizar um exame de risco cirúrgico, porém ele teria oferecido à mulher, de forma gratuita, exames ginecológicos. Segundo a mulher, durante o procedimento, foram realizados toques abusivos e ditas palavras de cunho sexual.

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Morte de Jéssica

Jéssica Marques Vieira morreu em 4 de novembro. Ela chegou à clínica Med Center, em Matozinhos, por volta das 7h30, acompanhada do pai e marido. Ela foi atendida pelo cardiologista Roberto Marcio Martins de Oliveira, que iria realizar a retirada do DIU.

Pai e marido estranharam a demora do procedimento e passaram a questionar as enfermeiras. Uma delas informou a eles que o quadro da paciente era preocupante. Pouco tempo depois, a mulher saiu da sala em uma maca.

Às 9h30, ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), também em Matozinhos. A morte foi comunicada às 14h30. Logo em seguida, o rabecão da Polícia Civil encaminhou o corpo ao Instituto Médico-Legal (IML), em Belo Horizonte.

A clínica não possuía permissão para operar procedimentos ginecológicos. A informação foi confirmada em nota emitida no dia 9 de novembro pela Secretaria de Saúde da cidade. No dia seguinte, o Executivo municipal informou que o espaço havia sido interditado.

O Estado de Minas entrou em contato com a defesa do médico para comentar os indiciamentos, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

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