Localizado no número 1.549 na Avenida Augusto de Lima, o imponente Edifício Milton Campos abriga uma peça emblemática do sistema judiciário mineiro: o Fórum Lafayette. O maior fórum do estado foi inaugurado em 1980 e, desde então, faz parte do cotidiano daqueles que transitam pelo Bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul da capital. O prédio – idealizado em 1973 pelo arquiteto Roberto Pinto Manata, com área total de 12.960 metros quadrados e construída de 4,3 mil – é um antigo conhecido dos belo-horizontinos, mas muitos não sabem a origem do nome do fórum ali abrigado.




O homenageado é Lafayette Rodrigues Pereira, mais conhecido como conselheiro Lafayette. Nascido em 1834, o jurista, advogado e político teve atuação tão importante em Minas Gerais e no Brasil que até a cidade em que nasceu, na Região do Alto do Paraopeba, foi rebatizada, mudando o antigo nome de Queluz para Conselheiro Lafaiete. A carreira do advogado se iniciou em Ouro Preto, na Região Central do estado, onde assumiu o cargo de promotor pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Além disso, foi um dos participantes da elaboração da primeira Constituição Republicana, promulgada em 1891, o primeiro vice-presidente do Brasil, servindo ao lado de Marechal Deodoro da Fonseca, e ocupante da 23ª cadeira da Academia Brasileira de Letras até 1917, ano em que morreu.


A escolha de Lafayette como patrono do Fórum que abriga 76 das 100 varas belo-horizontinas foi oficializada por meio da instalação de uma herma, busto sustentado por pedestal, em 2008, à direita do monumento ao também jurista Milton Campos, que dá nome ao edifício.


Em 2023, ano em que completou 43 anos de existência, o Fórum Lafayette foi fechado para a primeira reforma grande do edifício. A obra tem como objetivo a modernização, melhoria da acessibilidade e sustentabilidade do prédio, com a revitalização da fachada, espaço de convivência, galeria de arte e instalação de nova guarita.


Também será dado novo layout às varas, celas, salões de júris em obras que preveem ainda instalações hidráulicas que possibilitem economia de água, iluminação de LED, substituição completa de pisos e forros, novas instalações elétricas e de telecomunicações, além de um sistema de ar-condicionado central. A reforma, que começou em julho do ano passado, tem previsão para durar mais de dois anos. Por causa da modernização do prédio, diversos setores do Fórum Lafayette já estão funcionando em outros endereços em Belo Horizonte, especialmente no prédio da Avenida Augusto de Lima, 1.234, no Barro Preto, onde foram instalados as varas criminais e de família, além dos Tribunais do Júri da capital.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

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