Os números de casos de dengue estão aumentando em Belo Horizonte e até essa quarta-feira (31), a capital mineira registrava 947 casos confirmados de doença e outros 5.781 suspeitos.
Devido à alta dos casos, os agentes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) intensificaram a fiscalização nas casas em todas regiões da capital mineira nesta quinta-feira (1/2). O objetivo é orientar a população e encontrar possíveis focos da doença.
Logo pela manhã, os agentes foram às residências no Bairro Betânia, Região Oeste de BH. Maria Aparecida Silva Costa, foi uma das donas de casa visitadas e destacou a importância da fiscalização.
“É muito importante se todo mundo cuidasse do seu pedacinho, não haveria tantas doenças. A gente vê a UPA lotada e as pessoas reclamando da demora, mas, muitas vezes, a culpa é nossa. Então, não podemos jogar a culpa nos outros”, destaca.
Maria Aparecida foi aconselhada a ficar de olho na calha, um costume que nunca teve, é um lugar propício para o abrigo das larvas do mosquito da dengue, caso não seja feita a limpeza. Além disso, a moradora aponta outros cuidados que já tinha para evitar criadouros.
“Eu não deixo acumular água parada, nem balde para fora. Gosto de deixar tudo separadinho, tudo certinho”, afirma.
As ações de fiscalização da dengue também estão acontecendo no Bairro Renascença, na regional Nordeste, onde agentes da PBH e até da Guarda Municipal estão presentes para fiscalizar a situação de cerca de 45 lotes vagos, além de borracharias e ferro-velho, como possíveis abrigos para a dengue.
Leonardo Cardoso, gerente de Fiscalização de Atividades Especiais da prefeitura, falou das punições que os donos de lotes podem sofrer. "Primeiramente, é enviada uma notificação. Posteriormente, há as etapas de penalização. Caso não cumpra em 15 dias a notificação, o dono é multado em R$ 2.900 e no caso de reincidência, o valor da multa é dobrado e enviamos o processo para SLU, para que promova a limpeza. Depois de 15 dias, é triplicada e por aí vai", diz.
Outras ações da PBH
Belo Horizonte terá dois Centros de Atendimento à Dengue (CAA) e uma Unidade de Hidratação (Unidade de Reposição Volêmica- URV). A unidade de hidratação ficará na Região Centro-Sul de BH, junto de um Centro de Atendimento. Enquanto o outro CAA será instalado na Região de Venda Nova.
O plano de ação visa atender toda a população com sintomas da doença, também inclui reforço com cerca de 600 profissionais e abertura de seis Centros de Saúde aos finais de semana.
Todas as ações de prevenção são executadas o ano inteiro, com monitoramento de locais com foco, aplicação de larvicidas, mutirões de limpeza e armadilhas constituídas de um vaso de planta preto (ovitrampas), no qual é adicionada água, uma palheta de madeira e substância atrativa para o mosquito.
Apesar das ações públicas, é necessário que cada morador faça a limpeza da própria casa e mantenha o ambiente limpo, sem água parada. Segundo o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 78% dos criadouros estão nas casas.