Rafaela Drumond, escrivã que tirou a própria vida em junho deste ano -  (crédito: Redes Sociais / Reproduçãoi)

Rafaela Drumond, escrivã que tirou a própria vida em junho do ano passado

crédito: Redes Sociais / Reproduçãoi

Será inaugurado neste domingo (4/2), em Barbacena, na região do Campo das Vertentes, o Instituto Rafaela Drummond, com o intuito de dar voz a vítimas de assédio sexual. Rafaela era escrivã da Polícia Civil e tirou a própria vida em julho do ano passado, após relatar situações de assédio na delegacia em que trabalhava.  

Aldair Drummond, pai de Rafaela, explica que o objetivo do instituto é apoiar pessoas e valorizar a vida. “Prestar acolhimento e amparo às vítimas de assédio moral e sexual. Prestar proteção social, assistência e orientação às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar ou em risco pessoal e social e acompanhamento às famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de seus membros”.

Rafaela morreu aos 32 anos e tirou a própria vida dentro da casa em que morava na cidade de Antônio Carlos, na mesma região. Ela era lotada na Delegacia de Carandaí. Duas pessoas são apontadas como principais responsáveis por sua morte: o delegado Itamar Cláudio Netto e o investigador Celso Trindade de Andrade, que estavam lotados no mesmo departamento.

Para o pai de Rafaela, o que mais o incomoda são as punições consideradas leves. “O afastamento (dos envolvidos) soa estranho para a nossa família”.

O investigador e o delegado tinham sido transferidos no início do mês. Antes, eles haviam sido transferidos de Carandaí para Conselheiro Lafaiete. No último dia 12 de julho, o investigado foi realocado para Congonhas e o delegado, para Belo Vale.


No Diário Oficial do estado, apenas o nome do policial e o período da licença foram divulgados, mas não há informação sobre que doença teria levado o investigador a receber a concessão.

“Nós queremos ajudar e alertar para esse tipo de assédio, que dilacera a vida das pessoas. Estaremos aqui para dar apoio a essas pessoas e denunciar o que estiver acontecendo”, diz Aldair, que ressalta que sua filha foi vítima de pressão psicológica dentro da delegacia.