A prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Saúde, espera uma crescente nos casos de dengue e outras arboviroses relacionadas ao Aedes aegypti (chikungunya e zika) nas próximas semanas. Em janeiro, a cidade confirmou 1.414 casos de dengue, com outras 7.647 notificações ainda esperando o resultado de exames laboratoriais e avaliações epidemiológicas. Duas mortes foram confirmadas.
Ao Estado de Minas, o subsecretário de Atenção à Saúde, André Luiz de Menezes, afirmou que a prefeitura vai realizar ações de combate durante o carnaval, mas ressaltou que o aumento do número de casos não terá relação direta com a festa, uma vez que a curva crescente já era esperada para o período.
“Na verdade estamos falando de uma doença deste período, uma doença sazonal que cursa com a ampliação nos próximos meses. A chegada do carnaval não tem uma relação direta com o número de casos, mas a prefeitura vem trabalhando com ações de prevenção nos blocos, inclusive no sentido de coleta de materiais após os blocos e avaliar o percurso para acabar com os focos do mosquito”, explica o subsecretário de Atenção à Saúde, André Luiz de Menezes.
Ainda no sentido de prevenção, a prefeitura tem trabalhado com a visita de agentes de combate a endemias (ACE) em imóveis residenciais para reforçar as orientações de combate ao mosquito e, se necessário, a aplicação de biolarvicidas. Segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), 86,9% dos focos do mosquito da dengue estão em casas.
Já no atendimento, a prefeitura vai abrir mais duas unidades especializadas para atender casos de dengue nesta segunda-feira (5/2). Enfrentando uma situação epidêmica, a administração da capital mineira quer ampliar a oferta de assistência médica e já chega a oito espaços de atendimento à população sintomática.
Serão duas novas Unidades de Reposição Volêmica (URV), destinadas ao atendimento de casos mais graves e que necessitam de hidratação venosa. As estruturas contarão com leitos e funcionarão no Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA), no Bairro Santa Efigênia, região Centro-Sul, e no Bairro São Tomaz, em Venda Nova.
“Essas aberturas são de grande importância para ‘desafogar’ as estruturas de atendimento da cidade e dar uma assistência de qualidade em tempo oportuno aos cidadãos. O que temos observado é que, efetivamente, essas unidades têm se mostrado como um ponto de atendimento importante, e eu destaco as duas unidades em Venda Nova, que tem sido pontos onde atendemos muitos casos. Por isso vamos abrir a URV na região, para a gente garantir um atendimento integral”, disse o subsecretário André de Menezes, ressaltando que o monitoramento de casos tem guiado as ações da prefeitura.
Minas Gerais
Enfrentando uma situação de epidemia de dengue, Minas Gerais registrou 35.097 casos de dengue no primeiro mês de 2024, com 6 mortes confirmadas, de acordo com dados do painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O número representa 168% a mais de diagnósticos confirmados em relação ao mesmo período em 2023, quando foram registrados 13.087 casos, considerando a contagem do mês como as quatro primeiras semanas epidemiológicas.
Para enfrentar a doença, o governo de Minas declarou situação de emergência em saúde pública, no último sábado (27/1). A medida autoriza a secretaria de saúde a tomar medidas administrativas como a requisição de bens ou serviços, além de flexibilizar a contratação direta de produtos, insumos, materiais para atendimento e profissionais de saúde.
“Os indícios demonstram um crescimento precoce e a previsão é de que até março devemos ter o pico de casos no estado. O que de fato sabemos é que teremos um ano difícil no estado de Minas Gerais”, disse o Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Em janeiro, o secretário anunciou um incremento de R$ 32,2 milhões a serem pagos neste mês aos municípios para o combate das arboviroses. O valor se soma aos R$ 80,5 milhões previstos para esse período sazonal, dos quais R$ 48,3 foram repassados em dezembro e R$ 32,2 estão previstos para o mês de julho. O governo também está investindo R$ 30,5 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do mosquito permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das Secretarias Municipais de Saúde.
O governo estadual ainda espera informações sobre o número de doses de vacina contra a dengue que serão repassadas pelo Ministério da Saúde. A expectativa é que na primeira remessa, 22 municípios mineiros recebam os imunizantes. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema de saúde pública, ao todo, 757 mil doses chegaram ao país na primeira remessa entregue em janeiro.
Unidades específicas de atendimento às arboviroses em BH
Unidade de Reposição Volêmica (URV) do Hospital Júlia Kubitschek
Rua Doutor Cristiano Resende, 2.745, bairro Milionários (Barreiro)
Unidade de Reposição Volêmica (URV) Centro-Sul
Rua Domingos Vieira, 488, bairro Santa Efigênia (Centro-Sul)
Unidade de Reposição Volêmica (URV) Venda Nova
Rua Padre Pedro Pinto, 173, bairro São Tomaz (Venda Nova)
Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) Centro-Sul
Rua Domingos Vieira, 488, bairro Santa Efigênia.
Centro de Atendimento às Arboviroses (CAA) Venda Nova
Rua Padre Pedro Pinto, 173, bairro São Tomaz (Venda Nova)