BH: ciclistas vão fazer ‘pedalaço’ por ciclovia na Afonso Pena

Ciclistas de Belo Horizonte e região metropolitana vão promover um ato unificado, na noite desta terça-feira (6/2), em prol da construção de uma ciclovia na Avenida Afonso Pena, no Centro da Capital, prevista na obra de revitalização da via. O movimento está marcado para começar às 20h na Praça Sete, e seguirá em direção à Praça da Bandeira.

O pedalaço busca mostrar que a ciclovia a ser construída na avenida é viável e muito importante para a mobilidade urbana da capital mineira. Isso porque, segundo a Associação Brasileiras do Setor de Bikes, Belo Horizonte está abaixo da média nacional em quilometragem de ciclovias e figura nas últimas posições quando se leva em conta quilômetros de ciclovias por habitante.

Em entrevista ao Estado de Minas, integrantes de grupos de ciclismo que vão participar do ato agendado para esta noite falam sobre a importância da mobilização e da construção de uma ciclovia em uma das vias mais movimentadas da cidade. Juliane Rocha, ciclista e líder de alguns grupos, reforça a questão da mobilidade urbana. “O principal objetivo do ato é desmistificar a questão de que BH não é uma boa cidade para ter ciclistas. Muita gente critica a topografia da cidade, mas aqui é, sim, uma cidade para se pedalar”, diz.

“A ciclovia cria a demanda por ciclistas, então quando a pessoa que quer fazer um deslocamento por bicicleta percebe que pode fazer com segurança, ele vai, caso contrário, ela não vai. O deslocamento individual é mais problemático porque o trânsito de BH não é convidativo para o ciclista. Se existir um mau motorista em meio a vários outros, ele pode causar um acidente muito grave com esse ciclista”, conclui a advogada.

Embora a ciclovia se faça necessária para a segurança dos ciclistas e favoreça a circulação de pessoas na cidade, existem várias críticas em torno do assunto e certa resistência de alguns setores da sociedade em relação à construção da ciclovia. Para os ciclistas, é importante desmistificar que o valor total da obra de revitalização da Avenida Afonso Pena, orçada em torno de R$ 24 milhões, é destinada apenas para a realização do espaço para ciclistas.

O valor, na realidade, se trata do orçamento total de toda a revitalização, contemplando também obras de paisagismo, irrigação, pavimentação, recapeamento de toda a pista dos automóveis, construção de faixas exclusivas e preferenciais para os ônibus, obras de acessibilidade para cadeirantes e revitalização de calçadas.

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Com a realização da ciclovia, ciclistas que já optam em circular pela cidade pedalando serão beneficiados, mas, além disso, será um incentivo para pessoas andarem, cada vez mais, de bicicleta, em BH. É o que pensa o analista de sistemas Hélio Filho, de 45 anos, que luta pela melhoria desses espaços há pelo menos dez anos e estará presente no ato de hoje.

Hélio possui espondilite, uma doença crônica que provoca dores nas articulações, mas o ciclismo fez com que ele entrasse em um estado de “remissão”, uma vez que desde que começou a prática esportiva, não sente mais dores, mesmo sem tomar medicação. Além do lazer, transporte e mobilidade, a bicicleta é, para ele, saúde, já que a doença poderia deixá-lo incapacitado. Por essa e outras razões, o analista participa de vários grupos de ciclismo e incentiva outros ciclistas a participarem desses atos.

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“Para que tenhamos bicicletas como meio de transporte é fundamental uma infraestrutura cicloviária, por isso é tão importante que em todas e quaisquer obras viárias termos e apoiarmos ciclovias. Por isso, eu apoio a ciclovia da Afonso Pena”, conta.

Ao longo de 2023, vários protestos foram realizados por grupos de ciclismo na Grande BH devido à imprudência de motoristas alcoolizados que vitimaram ciclistas na BR-135. Nesta terça-feira (6/2), diversos ciclistas de Belo Horizonte, Sabará, Contagem e Pedro Leopoldo se encontrarão, às 20h, na Praça Sete, no Centro de BH, para um pedalaço que busca dar luz às questões acerca da construção da ciclovia na Avenida Afonso Pena.