Confiando no sucesso que vem atingindo nas plataformas - mais de 5 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 600 milhões de visualizações no YouTube, a dupla sertaneja Clayton e Romário apostou na criação de seu próprio bloco para o carnaval deste ano em Belo Horizonte.
Levando em consideração a quantidade de grupos que participam da festa e a expectativa de foliões que devem desembarcar na capital mineira (cerca de 5,5 milhões), não se tratava de uma expectativa alta da dupla.
Marcado para começar às 14h, o bloco só foi descer a Avenida Abrahão Caram, na Pampulha, às 15h40. O público, contudo, não pareceu se importar com o atraso de quase duas horas debaixo de um sol de quase 30°. Veja as fotos.
Para conter o calor, a Prefeitura enviou ao local um caminhão-pipa para refrescar os foliões, que fizeram uma festa à parte enquanto aguardavam.
SHOW ITINERANTE
Uma gravação contando o sonho da dupla de montar o próprio bloco introduziu os músicos. Em meio a explosões de papel picado e tinta colorida, Clayton e Romário subiram no trio elétrico e começaram a desfiar repertório autoral.
O cortejo começou timidamente, parecendo mais um show itinerante. A medida em que a dupla foi incorporando no setlist hits de outros artistas - como “A maior saudade”, de Henrique e Juliano; “Voa, beija-flor”, de Jorge e Mateus; e “Como um anjo”, de César Menotti e Fabiano - o desfile foi ganhando cara de bloco, com as pessoas dançando, pulando e cantando atrás do trio. Até o andamento das músicas foi ganhando outro ritmo, sendo acelerado aos poucos.
“Sejam bem-vindos a esta primeira edição do Bloco Clayton e Romário. Será que vai ter uma segunda edição? Vai ou não vai?”, disse Clayton, jogando a pergunta para o público, que respondeu nem um sonoro “Sim!”.
Clayton e Romário não se limitaram às músicas sertanejas. “Esperando na janela”, de Gilberto Gil; “Amor perfeito”, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, mas popular nas versões de Roberto Carlos e Chiclete com Banana; foram algumas das músicas que a dupla cantou.
AMBULANTES INSATISFEITOS
Se a empolgação dos foliões estava nítida, não se podia dizer o mesmo dos ambulantes. Renato Silva e a esposa Sílvia Helena chegaram ao local por volta de 11h e, até às 15h, tinham vendido apenas uma cerveja e duas águas.
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“Isso não está acontecendo só comigo, não. Todos os ambulantes estão reclamando. É porque tem muita gente que não tem credencial e está vendendo com preço mais baixo do que a prefeitura nos orientou a vender”, afirmou.
“E não tem fiscalização a respeito disso. É um absurdo, porque foi uma burocracia danada para tirar a credencial, minha esposa dormiu na fila… e chega na hora quem não é credenciado vem e vende”, reclamou o ambulante.
De acordo com a Polícia Militar, o bloco reuniu 15 a 20 mil pessoas.