Folião se fantasia de mosquito da dengue para chamar a atenção para a prevenção da doença -  (crédito: Clara Mariz/EM/D.A Press)

Folião se fantasia de mosquito da dengue para chamar a atenção para a prevenção da doença

crédito: Clara Mariz/EM/D.A Press

Com o aumento de registros de casos de dengue, confirmados e em investigação, na capital mineira, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmou que a cidade entrou em um cenário de epidemia de dengue.

 

Segundo a administração municipal, a incidência da doença é de 484,6 casos por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes já configuram, formalmente, uma situação epidêmica.

 

De acordo com o último boletim epidemiológico do município, foram confirmados 1.952 casos de dengue e três óbitos em 2024. Em Minas Gerais, houve 12 mortes por dengue neste ano.

 

Por isso, a cidade mineira segue mantendo a assistência às pessoas e ampliando a capacidade de atendimento. Neste carnaval, a secretaria municipal de Saúde abriu dois Postos Médicos Avançados (PMAs), e o foco está voltado para a estabilização do paciente, evitando superlotação das unidades de urgência da capital. Serão priorizados os casos de intoxicação, desidratação, hipoglicemia, mal súbito e pequenos traumas, dentre outros agravos.

 

Os PMAs estarão localizados no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), na Rua Guaicurus, 50, Centro, e na UPA Centro-Sul, na Rua Domingos Vieira, 488, Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul.

 

Os dois postos estão funcionando 24 horas por dia, desde as 19h dessa sexta-feira (9/2), e vão continuar até as 7h desta quarta (14/2), para atender pessoas que precisarem de cuidados em saúde.

 

Além disso, as nove UPAs da capital estão em funcionamento durante todos os dias do Carnaval 2024, com assistência durante 24 horas, bem como 28 veículos do SAMU que atuam na cidade e quatro unidades de suporte de prontidão nos PMAs. Ainda foram contratadas 144 ambulâncias pela Belotur, para garantir socorro rápido aos foliões neste período.

 

Atendimento a casos suspeitos

 

Seguindo com ações do plano de enfrentamento, os atendimentos às pessoas com suspeita de dengue podem ser feitos nos três Centros de Atendimento às Arboviroses (CAAs), nas Regionais Barreiro, Centro-Sul e Venda Nova. Os espaços de porta aberta oferecem cuidado de forma espontânea, das 7h às 22h, a pessoas que apresentam qualquer sintoma, como febre, dor no corpo e atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.

 

Já as Unidades de Reposição Volêmica (URV) têm atendimento todos os dias (também por 24 horas) nas Regionais Centro-Sul e Venda Nova. Porém, recebem exclusivamente pacientes encaminhados de outros serviços de saúde que precisam de hidratação e assistência contínua.

 

A partir desta segunda (12/2), todos os centros de saúde funcionarão das 7h às 17h, e na quarta (14/2), as 152 unidades estarão abertas a partir das 13h.

 

Segundo a PBH as pessoas com sintomas de dengue devem procurar os centros de saúde da cidade ou os CAAs, já que essas unidades funcionam 12 horas por dia e estão preparadas para atender os usuários.

 

Conscientização na folia

 

O município segue mantendo a assistência às pessoas e ampliando a capacidade de atendimento, mas é crucial a colaboração da população em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras arboviroses.

 

Neste sábado de carnaval (10/2), além de glitter e roupas coloridas, alguns foliões inovaram nas fantasias e colocaram a conscientização em pauta.

 

O cuidador de idosos Sebastião Bernardo da Costa, de 48 anos, chamou a atenção ao se fantasiar de Aedes aegypti. O folião estava na concentração do bloco Nada Santa, na Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste, e aproveitou a oportunidade do período festivo para destacar a prevenção contra o mosquito.

 

“Vim conscientizar a população de que a dengue voltou. Mesmo caladinho, o mosquito voltou com tudo. É para todo mundo se precaver, cuidar dos quintais, não deixar água parada. Essa é minha intenção”, declarou.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata