trabalhando pela 3ª vez no Carnaval de BH, Daniele Honório foca no grande número de blocos e espera obter bom lucro -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

trabalhando pela 3ª vez no Carnaval de BH, Daniele Honório foca no grande número de blocos e espera obter bom lucro

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

 

No caminho da expectativa de uma renda extra e um lucro efetivo, os vendedores ambulantes mais tradicionais precisam superar a concorrência que cresce junto com o Carnaval de Belo Horizonte. Segundo a Empresa Municipal de Turismo de BH (Belotur), nesta edição de 2024, são quase 21 mil trabalhadores credenciados para trabalhar, sendo que sete a cada dez ambulantes são novatos na "festa de momo".

Patrick e Alice costa

Patrick e Alice costa elogiam dura fiscalização e, embora reconheçam a concorrência, relatam sucesso nas vendas

Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

Ainda no pré-carnaval, Núbia Oliveira, vendedora já tradicional, adiantava: "A concorrência é grande. Sobre locomoção, por exemplo, os blocos dizem que vão sair num horário e atrasam, chegamos a ficar perdidos por conta disso e 'nos embolamos', com muitos ambulantes em um mesmo espaço. Mas faça sol ou chuva, trabalharemos sempre, porque querendo ou não, é um investimento e a gente tem que correr atrás para não termos prejuízo”, afirmou.

A reportagem do Estado de Minas percorreu as ruas da capital para saber deles, também protagonistas da festa, quais as perspectivas dos trabalhadores e como eles aproveitam a janela de oportunidade da maior festa de rua da capital para faturar. Esse é o caso de Vandeir Cardoso, de 37 anos, e Thais Roberti, de 32, que trabalham no que eles chamam de “operação casamento”. O casal está junto há quase nove anos, e agora vendem bebidas pela primeira vez no carnaval com o objetivo de realizar o sonho e custear parte do matrimônio, marcado para novembro. “A gente investiu para faturar uns R$ 5 mil. Esse dinheiro vai ajudar na reforma do apartamento e no casamento mesmo, com o vestido e outras coisas”, contou Thais.

Neste ano, a "disputa" aumentou em 30% em comparação com o carnaval de 2023, quando pouco mais de 16 mil pessoas estavam aptas a trabalhar na rua. Ana Marcele Amatea, de 55 anos, espera vender pelo menos o que foi investido para não sair no prejuízo. Além da concorrência leal, os trabalhadores ainda precisam disputar espaço com ambulantes não cadastrados, como foi flagrado pela reportagem no bairro Santa Tereza, Região Leste da capital.

Experiente na festa, Daniele Honório saiu para trabalhar no carnaval pela terceira vez e conta que a quantidade de blocos ajuda no movimento. "Eu acho que tem muitos ambulantes, mas não está atrapalhando nas vendas, afinal, tem bloco em todo lugar. Minha expectativa é vender 'uns' cinco mil no total", destacou. Também trabalhando pela primeira vez na festa de Momo, Alice Costa, 30, disse não ter visto nenhum vendedor clandestino e que a fiscalização é dura. “Acho que sim, tem muito vendedor, mas mesmo assim estamos conseguindo ganhar um bom dinheiro", concluiu.