A recente fuga de dois detentos que estavam em um presídio federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, ligou um alerta entre as forças de segurança de todo o país. Apenas em janeiro deste ano, por exemplo, as penitenciárias administradas pelo Governo de Minas Gerais registraram oito fugas de presos. Os dados são da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Dos oito fugitivos, seis foram recapturados. De acordo com a pasta, nos últimos dois anos, houve uma queda no registro de fugas das prisões no estado. Em 2022, foram registradas 49 fugas, contra 28 em 2023. Uma diminuição de 43%.
No ano passado, as forças de segurança conseguiram recapturar 16 prisioneiros. Já em 2022, 34 retornaram aos presídios.
Atualmente, Minas Gerais possui 172 unidades prisionais, com cerca de 60 mil presos.
Fuga em Teófilo Otoni
Na manhã dessa sexta-feira (16), dois detentos fugiram do Presídio Regional de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
Segundo informações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os presos aproveitaram o momento em que iam fazer um atendimento com uma advogada para fugir. Outros dois detentos também tentaram escapar, mas ficaram presos entre as cercas da penitenciária. Eles precisaram receber atendimento médico.
Os dois que fugiram são: Hélio Júnio Costa Vieira, de 23 anos, e Igor dos Santos Ottoni, de 41 anos. Igor havia sido admitido no sistema prisional mineiro em 2016. Já Hélio, em 2021. Os crimes cometidos pela dupla não foram informados.
Até o fim da tarde, eles não tinham sido recapturados.
No dia 7 de janeiro, três detentos fugiram do Presídio de Campos Gerais, no Sul de Minas. Um quarto detento, que também estava entre os fugitivos, chegou a ser recapturado na madrugada seguinte pela própria polícia penal.
Rio Grande do Norte
As buscas pelos dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, contam com mais de 300 agentes de segurança, além do uso de três helicópteros e drones. Desde quarta-feira (14/2), os governos federal e estadual trabalham para recapturar Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento. Os fugitivos são ligados a uma facção criminosa do Rio de Janeiro.
A Secretaria Nacional de Políticas Penais criou um gabinete de crise com representantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da segurança estadual do Rio Grande do Norte. A Interpol, que conta com 100 agentes federais trabalhando no caso, já inseriu o nome dos fugitivos na lista vermelha, que é um pedido às autoridades em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, entrega ou ação legal semelhante.
A fuga de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foi a primeira registrada no Sistema Penitenciário Federal do Brasil e acendeu um alerta por ter ocorrido em uma unidade de segurança máxima.
Por isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou uma série de medidas para fortalecer a segurança nas cinco penitenciárias federais do país, como a ampliação dos sistemas de alarmes e sensores de presença, além da construção de muralhas em todos as unidades prisionais, a exemplo do que foi feito no Distrito Federal.