A ciclovia na Afonso Pena é uma das intervenções previstas no projeto de requalificação da avenida -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press. Brasil. Belo Horizonte-MG)

A ciclovia na Afonso Pena é uma das intervenções previstas no projeto de requalificação da avenida

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press. Brasil. Belo Horizonte-MG

Representantes de grupos de ciclistas entregaram ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), um abaixo-assinado a favor de obras da ciclovia na Avenida Afonso Pena, no Centro. O prefeito recebeu 15 grupos de ciclistas na manhã desta quarta-feira (21/2) para a entrega do documento, com mais de 2 mil assinaturas. As obras para a implantação da ciclovia fazem parte do projeto de revitalização da Afonso Pena, com custo estimado em R$ 25 milhões.

“Vai ser bom para todos. Para quem pedala, para quem ainda vai perceber que pode pedalar, que é seguro, e para os próprios motoristas”, disse o ciclista Cristiano Scarpelli, que junto à mãe, Ana Lúcia Aguiar Pacheco, redatora do abaixo-assinado, entregou o documento ao prefeito.

Segundo informações da prefeitura, a ciclovia vai da Praça Rio Branco, no Centro da cidade, até a Praça da Bandeira, no Bairro Mangabeiras. O projeto da obra, que faz parte do programa Centro de Todo Mundo, prevê que para a adesão da via de bicicletas, as faixas de rolamento da avenida sejam alargadas e redistribuídas.

Cristiano Scarpelli diz que espera que as obras na Afonso Pena sejam o pontapé para que outras instalações de ciclovias continuem. “A expectativa é que mais pessoas adotem esse meio de transporte”, acrescentou o ciclista, cujo a mãe, Ana Lúcia Aguiar Pacheco, de 76 anos, sobe pedalando a avenida para ir ao médico. “A ciclovia traz segurança para nós”, afirmou a redatora do abaixo-assinado.

"A ciclovia traz segurança para nós", diz Ana Lúcia Aguiar Pacheco, ciclista de 76 anos e autora do abaixo-assinado

"A ciclovia traz segurança para nós", diz Ana Lúcia Aguiar Pacheco, ciclista de 76 anos e autora do abaixo-assinado

Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press. Brasil. Belo Horizonte-MG

“O Plano Diretor de Belo Horizonte prevê fazer até 400 km de ciclovia. Nós vamos fazer tudo o que for possível dentro do nosso mandato, claro, e a Afonso Pena é uma realidade. Nós vamos tirar o trânsito de bicicleta do meio dos carros, aumentando a segurança das pessoas”, disse Fuad Noman na reunião desta quarta.

Leia também: Enchente em rio interdita trânsito em rodovia no Norte de Minas

A Prefeitura de BH defende que a implantação da ciclovia na Afonso Pena traz benefícios para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e para os entregadores cujo meio de transporte é a bicicleta.

Segundo a PBH, a ciclovia terá largura média de 1,5 metro para fluxo unidirecional e 2,4 metros para fluxo bidirecional, com a variação podendo acontecer dependendo do trecho. Ela será conectada com as infraestruturas cicloviárias nas avenidas Paraná, Santos Dumont, Bernardo Monteiro e Rua Professor Morais, diz a prefeitura.

Adversidades

Para Fuad Noman, BH ser uma cidade com muitos morros não é empecilho para vias destinadas a ciclistas. “Quantas cidades no mundo têm morro e têm bicicletas? Belo Horizonte não é exceção, BH é uma cidade livre, aberta”, afirmou. Quando questionado sobre as críticas às obras na Afonso Pena, Fuad disse que “ciclovia é uma realidade e ela vai continuar”. O prefeito destacou a qualidade do meio de transporte ser "limpo".

Apesar de ter o apoio do prefeito e de mais de 2 mil assinantes do abaixo-assinado, a aprovação da ciclovia na Afonso Pena não é unânime. Leonardo Magalhães, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, bairro perpassado pela avenida, afirma que as obras em uma avenida tão movimentada como a Afonso Pena têm gerado preocupações aos moradores do entorno. “Não somos contra a ciclovia, a gente é contra a ciclovia em um local que o espaço não é propício. A Afonso Pena tem um fluxo muito grande de veículos, a pequena parte das obras que já estão acontecendo tem tido um impacto no trânsito na região”, disse Magalhães.

Sobre o ajuste na quantidade de faixas de rolamento, Leonardo diz que as vias encurtaram, mas o fluxo de carros não. O morador e presidente da associação também destaca que a avenida é muito íngreme e que o benefício e utilização da ciclovia nessa parte da cidade pode ser pequeno.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa