Abrigo contra o sol sendo construído pela Prefeitura de BH na rua dos Carijós, em frente ao número 679, entre Rua Curitiba e Av. Paraná -  (crédito: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Abrigo contra o sol sendo construído pela Prefeitura de BH na rua dos Carijós, em frente ao número 679, entre Rua Curitiba e Av. Paraná

crédito: Marcos Vieira/EM/D.A Press

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) iniciou, nesta quarta-feira (21/2), as obras do primeiro refúgio climático da capital. O espaço de resfriamento será criado para os cidadãos se abrigarem do sol e amenizarem os efeitos do calor. A construção começou na Rua dos Carijós, 679, no Centro da cidade.

A criação faz parte do programa Centro de Todo Mundo, que prevê a requalificação da região central de BH, e funcionará como uma “ilha verde”. A estrutura, formada por uma árvore no centro, contará com técnicas de resfriamento passivo, que objetivam a redução da temperatura sem o uso de fontes de energia. De acordo com a prefeitura, por meio de um conjunto de pisos permeáveis, o local vai permitir a infiltração correta da água da chuva, evitando acúmulo e, consequentemente, alagamentos.

Além disso, um banco sob a árvore, uma espreguiçadeira e um bebedouro farão do local, um ambiente não só de resfriamento ao calor, mas também de descanso para os pedestres. Ao todo, o refúgio climático ocupará uma área de 25,61 metros quadrados. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, José Reis, o local terá 1,5°C a menos que a rua. 

“A ideia veio da necessidade de uma ação para fazer a convivência da bolha de calor, gerada, principalmente, com referência ao ano de 2023. Para 2024, os níveis de temperatura de BH devem ser ainda piores. Propiciaremos um local onde os moradores possam se assentar, espreguiçar, descansar e beber água, tudo isso, na sombra. Será um espaço com 1,5°C a menos que a rua. É um microclima. Servirá para humanos, mas também, para os pets", diz. 

Ilustração do primeiro refúgio climático de Belo Horizonte

Ilustração do primeiro refúgio climático de Belo Horizonte

Arte/PBH

Segundo a Gerência de Ações para Sustentabilidade (Geasu), da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, não foram encontrados, no Brasil, espaços urbanos que combinassem os atributos: árvore, pisos permeáveis, banco e bebedouro. E a criação de espaços públicos para resfriamento é uma tendência já observada em outras cidades, tanto no Brasil quanto no exterior, vide Paris e Barcelona.

"Vamos utilizar um sistema ultramoderno, com uma tecnologia ainda não aplicada no mercado atual. Ela se chama atomização. Será o primeiro projeto do Brasil com esse modelo”, afirma o secretário. 

A árvore selecionada para o projeto foi a oiti, e a escolha, baseada em questões dimensionais, além de que deveria ser uma espécie que harmonizasse com as já existentes no hipercentro da capital. Além disso, obedecerá ao critério de fornecer sombra em todo o perímetro do refúgio climático durante o maior número de horas possível durante o dia.

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A obra, que tem orçamento de R$ 177.588,80, será executada pela empresa EPO Empreendimentos, de Belo Horizonte. O secretário municipal de Meio Ambiente, assinou, no local, a Ordem de Serviço para o início das intervenções. Segundo a PBH, a previsão de entrega do primeiro refúgio climático da capital mineira é para o final de abril e início de maio deste ano.

Outras unidades também serão implantadas, com um diferencial. A árvore será responsável por desempenhar o papel central no resfriamento do ambiente sob ela e ao seu redor. Estão previstas obras para na Avenida Olegário Maciel (n° 702), Rua Caetés (n° 365 e 841) e Avenida Amazonas (n° 527).

"A previsão é que cada obra custe em torno de R$ 100 mil. A primeira é piloto e ainda servirá para reajustes. Os locais escolhidos consideram as bolhas de calor, mas também, um espaço disponível de 25m² e alto fluxo de pessoas", explica o secretário. 

Os equipamentos contribuem para tornar os centros urbanos mais sustentáveis e menos suscetíveis aos impactos das mudanças climáticas.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice