O ex-policial militar Ralph Andrade Maciel, acusado de assassinar a prima, Nayara Andrade, em Muriaé, na Zona da Mata Mineira, em 2021, foi condenado a 21 anos, cinco meses e 29 dias de prisão. Ela tinha 34 anos.
Nayara era manicure e foi morta a tiros pelo primo, que planejou o crime para receber um seguro de vida milionário, fraudado por ele no nome dela. O julgamento de Ralph foi finalizado nessa quinta-feira (22/2), em Muriaé. Ele já está preso há três e seguirá em regime fechado.
Os disparos atingiram as pernas e o tórax em 1º de junho daquele ano. Ela foi levada para o Hospital São Paulo, no município, mas morreu dois dias depois. Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), todo o planejamento do crime aconteceu após o ex-policial se endividar.
Entenda
Em março de 2021, o ex-policial procurou uma tia, mãe de Nayara, e sondou a situação econômica. Ela informou ao sobrinho que estava inadimplente em R$ 23 mil.
Ele, então, convenceu a tia a contratar seguros para cartões de crédito no nome da filha dela, Nayara, sendo beneficiária em caso de algum problema. Ralph se colocou à disposição para resolver burocracias, desde o contato com as seguradoras, até o pagamento dos prêmios.
A tia confiou na proposta do sobrinho, entregou os documentos necessários e não revelou à filha. Ainda conforme o MPMG, o acusado não respeitou o acordo que tinha proposto e entrou em contato com diversas seguradoras de vida, fazendo acordos de morte acidental e apontando como beneficiária a tia.
Ele se passou por Nayara para fazer os contratos, e o montante final das indenizações contratadas era de R$ 7,5 milhões, valor que seria duplicado em caso de morte acidental.
Na execução do plano, ele contou com apoio de um colega que também era policial militar. O comparsa comprou um carro só para o crime, de forma que não fosse possível rastreá-lo. Em seguida, combinaram de matar Nayara na manhã do dia 1º de junho de 2021.
Ralph agendou um atendimento no salão da prima, se passando por outra pessoa, informou à Polícia Militar que, em outra região da cidade, um fugitivo do sistema prisional teria sido avistado, o que provocou o deslocamento de policiais que estavam próximos ao endereço da vítima, deixando a região desprotegida.
A denúncia também mostrou que ele fugiu em direção a Viçosa, abandonou o veículo utilizado no crime, pegou uma moto e voltou a Muriaé. Nos dias que se seguiram, ele fez insistentes ligações às seguradoras, solicitando o pagamento das indenizações pela morte acidental de Nayara.
Pelo valor das apólices, as seguradoras desconfiaram do resgate e uma auditora denunciou a situação à Polícia Civil.
O comparsa do crime ainda tem recurso na Justiça e aguarda julgamento.