Maior parte dos focos está dentro das casas, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada -  (crédito: EBC - Saúde)

Maior parte dos focos está dentro das casas, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada

crédito: EBC - Saúde

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou, nesta quinta-feira (29/2), os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) de 2024, feito entre 8 e 27 de janeiro. Dos 808 municípios participantes, 305 têm alto risco para transmissão de dengue, zika e chikungunya. Outros 366 estão em situação de alerta e 137 são classificados para baixo risco de transmissão.

De acordo com a SES-MG, a pesquisa é uma ferramenta importante para direcionar as ações de controle das arboviroses. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdoscimi, destaca que a maior parte dos focos está dentro das casas, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada. Ele reitera a importância da participação ativa da população no combate ao Aedes aegypti.

“Chamamos mais uma vez a atenção para a necessidade de cada mineiro fazer o seu papel em favor da saúde coletiva e individual. Precisamos eliminar os focos de água parada dentro das residências, calhas e pratinhos, deixar de acumular itens como pneus e monitorar bem as nossas piscinas e caixas d'água, para eliminarmos os focos dos mosquitos causadores de dengue, zika e chikungunya”, alerta.

Prosdoscimi enfatiza que o monitoramento e controle do vetor devem ser feitos de forma contínua, com ações preventivas intensificadas durante o período sazonal das arboviroses, quando as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito.

Metodologia

Os dados do LIRAa/LIA permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito está se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucatas e entulhos.

Já o Índice por Tipo de Recipiente (ITR), indica o percentual de cada tipo de recipiente em que foram encontradas larvas do mosquito. Isso permite que as equipes de combate a endemias direcionem suas ações de acordo com a situação da infestação em cada área do município.

Os dados do LirAa/LIA podem ser considerados como um indicativo de alerta para os locais com possibilidade mais acentuada de registrar um maior número de casos de dengue, chikungunya e zika.

Segundo Prosdoscimi, é crucial que a população e os agentes de combate a endemias estejam cientes da importância desses dados e se engajem em ações preventivas, como mutirões de limpeza e educação em saúde. “O mosquito Aedes aegypti circula o ano inteiro, portanto, o monitoramento e o controle devem ser contínuos, com especial atenção durante o período sazonal das arboviroses”, reforça.

Locais dos focos

A pesquisa mostra que, em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis - vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras - resultado semelhante aos quatro levantamentos feitos em 2023.

Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.

Os depósitos usados no armazenamento de água para consumo humano, como tonel, tambor, barril, filtro, apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.

Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água, como caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria, e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.

De acordo com a SES-MG, como o lixo, as sucatas e o entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados este ano, os mutirões de limpeza, nos bairros, têm grande valor neste período de altas temperaturas e de chuvas frequentes. Outro ponto de atenção é relativo aos bebedouros dos animais, que devem ser lavados com bucha pelo menos uma vez por semana.

“Essa ação removerá possíveis ovos do mosquito que estejam fixados nas bordas internas do recipiente, evitando que ele se torne um novo criadouro. Também é importante verificar se as calhas e os ralos estão livres de folhas e outros detritos, uma vez que as chuvas são frequentes e volumosas neste período”, conclui o subsecretário.

Veja dicas de como combater o mosquito: 

Mantenha lixeiras sempre tampadas.
Deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo.
Mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios.
Os ralos devem estar limpos e protegidos por tela.
Não use pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta.
Os bebedouros dos animais devem ser limpos com bucha ou escova semanalmente.
Mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas.
Faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água.
Coloque plantas que acumulam água em local coberto.
Deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água.