A Guardiões do Resgate, empresa privada que oferece o serviço de transporte em ambulância em Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi interditada pela Vigilância Sanitária.
A medida foi tomada 45 dias após um grave acidente envolvendo um veículo da empresa na BR-040, na altura de Santos Dumont, onde cinco pessoas morreram. Na ocasião, o pneu da ambulância estava careca, segundo fontes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram à reportagem do jornal Estado de Minas.
De acordo com a promotora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Danielle Vignoli Guzella Leite, nessa segunda-feira (5/2) foi feita uma fiscalização na sede da empresa, em Juiz de Fora, para saber as condições sanitárias e de rodagem das ambulâncias.
Com a fiscalização, os órgãos vão produzir um relatório sobre a situação da Guardiões do Resgate. Enquanto isso, a empresa permanece interditada, sem poder prestar serviços públicos ou privados.
Caso o relatório não aponte nenhum problema, a empresa retornará às atividades. Se problemas forem identificados, a Guardiões precisará resolvê-los para voltar a prestar o serviço.
Secretaria de Saúde vai analisar o contrato
A Guardiões do Resgate e a Prefeitura de Juiz de Fora têm um contrato de R$ 1.160.279,98 para o transporte de juiz-foranos que precisam realizar exames e consultas em outras cidades ou estados.
Segundo a promotora, a Secretaria de Saúde está avaliando um possível descumprimento do contrato. A reportagem do jornal Estado de Minas procurou a Prefeitura de Juiz de Fora para saber mais detalhes sobre essa análise, mas não tivemos retorno.
A Polícia Civil está investigando o acidente. No entanto, também não respondeu aos questionários da reportagem sobre a investigação.
A Guardiões do Resgate não retornou os nossos contatos.
Relembre o caso
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 16h. O motorista de uma ambulância, que pertence a uma empresa chamada “Guardiões do Resgate", teria perdido o controle do veículo e batido de frente com uma carreta. Chovia na hora do acidente. Ele estava acompanhado de dois colegas de trabalho e transportava um casal, sendo que a mulher estava grávida. A reportagem apurou que pneus da ambulância estariam carecas. A empresa responsável ainda não se manifestou.
O motorista e os dois funcionários morreram no local. Já o casal chegou a ser encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Santa Casa de Santos Dumont, mas também morreu.
Todos os cinco eram de Juiz de Fora e teriam ido a Belo Horizonte para que a gestante de 32 semanas tivesse acesso a uma consulta especializada, já que o feto havia desenvolvido um problema cardíaco.