O dia ainda não tinha raiado quando os foliões chegaram animados para o desfile do Então, brilha, na madrugada deste sábado (10/2). O bloco, que é um dos mais tradicionais da folia mineira, começou o desfile por volta das 6h20. Ao todo, são mais de cinco horas de cortejo.

Pela primeira vez, a concentração foi marcada para o cruzamento da Avenida da Contorno com a Rua Curitiba, região que já foi boêmia e hoje abriga um vasto comércio popular e algumas casas de prostituição. Nos anos anteriores, o bloco – fundado em 2012 – começava o desfile na Rua Guaicurus, conhecida pelos pontos de prostituição.

Por conta do crescimento, o Então, Brilha teve que se deslocar para uma via maior. Imagens aéreas mostram que os foliões fizeram sua parte e compareceram em peso ao cortejo deste ano.

O desfile foi marcado por protestos contra o governador Romeu Zema. Em determinado momento, Michele Andreazi, cantora do bloco, criticou o governante, afirmando que ele "nunca se importou com a festa, mas que agora quer se apropriar dela, patrocinando o evento".



O público reagiu com gritos de "fora, Zema". Foliões também se posicionaram contrários à privatização da Copasa e da Cemig. Marcado pela diversidade, com grávidas mostrando o gingado na bateria, o bloco recebeu o professor de filosofia do Cefet - MG Samuel Alves, que fez um discurso pró-palestina.

O público também aproveitou a ocasião para homenagear a artista venezuelana Julieta Hernandez, assassinada durante uma viagem de bicicleta, e as vítimas da queda das barragens em Mariana e Brumadinho. Rita Lee também foi homenageada.

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