Com muitas crianças, o "Bloco do Xibiu" animou a tarde do Bairro Castelo, Região da Pampulha, em Belo Horizonte, neste sábado (10/2). Pelo terceiro ano consecutivo, o cortejo saiu na Avenida dos Engenheiros ao som do ‘hino’ da bateria. “Eu vou correr é atrás do Xibiu” é o que diz a letra da canção do bloco, que tem como característica reunir as famílias para a festa.
“É um bloco família. Até os ritmos, as músicas que a gente toca, são pra isso. Diferente de outros blocos. É o que a gente quer, criança, família, que fiquem todos à vontade”, disse Rafael Braga, coordenador do bloco.
Este ano, a expectativa era de que cerca de 120 mil pessoas participassem da folia na avenida. Em 2023, o bloco recebeu 100 mil foliões.
“Belo Horizonte está recebendo mais gente, então queremos que venha mais gente para o Xibiu também”, falou Rafael.
Da Bahia para BH
Fantasiadas para curtir o carnaval de Belo Horizonte, Maria Flor, de 6 anos, e Ana Luz, de 3, vieram da Bahia, a terra do axé.
A mãe, Denisiana, veio à capital mineira para trabalhar. Este ano foi o primeiro carnaval das três em BH. “Elas estão amando. Gostei muito do carnaval daqui, achei mais colorido. Só falta o swing da Bahia, mas isso é com o tempo”, opinou.
Segurança
O policiamento ficou bem espalhado na Avenida dos Engenheiros. A concentração das autoridades ficou em pontos específicos, sempre acompanhando a multidão de foliões, que desfilaram ao lado do trio elétrico.
“A Polícia Militar está toda empenhada na segurança dos foliões pra poder curtir o carnaval com segurança e responsabilidade. O Bloco é bem tranquilo, estamos fazendo o policiamento preventivo”, disse o Tenente da área.
Segundo ele, como o bloco reúne muita família e crianças, o clima é de descontração e brincadeiras. Sem qualquer tumulto aparente, o cortejo foi tranquilo em meio a festa do povo.
Sonorização
As caixas de som do trio elétrico conseguiram atingir grande parte dos foliões ao longo da avenida. Sem qualquer tipo de empecilho, o bloco conseguiu concentrar a maioria das pessoas perto do desfile.
A medida que a música ia ficando distante, foi possível perceber a reunião de foliões com caixinhas de som. Tocando variados estilos musicais, os mais jovens se jogavam no funk, enquanto os mais velhos preferiam as músicas do bloco.
“Quando o bloco está mais afastado e a música fica mais baixa, a gente coloca o funk pra tocar na caixinha. Todo mundo gosta”, falou Vinicius Costa, de 19 anos.
“As músicas do bloco são muito legais, é mesmo pra família, pra gente se divertir. Tem que acompanhar. Como a avenida é grande, se ficar muito afastado escuta mais a caixinha de som”, disse Ana Paula Oliveira, de 50 anos.
Impressões do bloco
Pela primeira vez no bloco do Xibiu, o professor de matemática Sidney Santos, de 49 anos, elogiou muito a animação do desfile no bairro. Embora seja da região, ele ainda não havia dado uma chance para a festa na Engenheiros.
“No Xibiu a presença das crianças, que é fantástico. Você percebe a família presente, crianças de várias idades. Sem violência, sem medo, sem preconceito”, falou.
O professor também ressaltou a mudança de BH ao longo dos anos. Ele disse que já experimentou o carnaval de vários outros estados do Brasil, mas que atualmente não ‘larga’ a capital mineira.
“Belo Horizonte é uma cidade diferente depois que os movimentos sociais tomaram as ruas da cidade. Começou o verdadeiro carnaval de rua. Esse carnaval abrangente, inclusivo, que abre as portas para as mais diversas possibilidades musicais”, falou.
“Belo Horizonte hoje é o lugar que a gente não sai mais. Já viajei bastante, mais de 10, 15 anos viajando no carnaval, porque aqui não tinha. E hoje eu não saio daqui. E tenho recebido colegas de outros estados, porque Belo Horizonte mostra essa diversidade cultural, artística e musical que é única”, contou.
Aumento nos preços?
Para Sidney, o preço das bebidas está dentro do esperado. Apesar do aumento, o professor disse que os valores não estão exorbitantes.
“Os preços estão ótimos, dentro do esperado mesmo. A diferença para o ano passado é pouca. Se antes eu pagava R$ 8, hoje paguei R$ 10”, disse.