Reclamação frequente no carnaval de Belo Horizonte, os banheiros químicos voltaram a ser citados pelos foliões como um dos principais transtornos da maior festa de rua da capital mineira. Seja por um número aquém da demanda de milhões de pessoas, ou pelas condições de higiene, o esquema disponibilizado pela prefeitura nesta edição de 2024 voltou a ser alvo de reclamações. 

Acompanhando o bloco “Abalô-Caxi” na Avenida Amazonas, entre as ruas Tamoios e Espírito Santo, no Centro, na manhã deste domingo (11/2), o casal Camila e Ana Paula destacou a oferta dos equipamentos. Além da baixa quantidade, elas comentaram sobre a dificuldade de se deslocar até os pontos dos banheiros. “Ontem (sábado) andamos muito procurando um banheiro químico e não achamos. Tivemos que pagar para usar”, contaram.



Segundo a prefeitura, são 99 pontos de banheiro instalados pela cidade que junto às cabines volantes nos trajetos de blocos somam 13.482 unidades espalhadas pela capital. Na Avenida Amazonas, há placas de indicação de banheiros químicos, mas a reportagem encontrou dificuldades para achar os pontos fixos. 

Na Afonso Pena, principal avenida do carnaval de BH, a prefeitura autorizou a abertura de lojas para a venda de bebidas e uso do sanitário. No entanto, a demanda eleva o preço e, em alguns casos, ir ao banheiro pode custar mais do que R$ 10. A estudante Jéssica Torres, de 23 anos, reclamou do preço , mas acabou pagando, pois não podia esperar: "Mas é um valor absurdo", comentou. 

Próximo do bloco do Queixinho, na Praça da Liberdade, o mecânico Sereno de Souza Francisco, de 33 anos, avaliou que é preciso mais unidades de banheiros. “É muito pouco, são mais de 30 minutos para fazer xixi”, conta. Já na fila feminina, a aposentada Neide Vicenza dos Santos, 62, relata como funciona a higienização do equipamento. “Precisa de mais banheiro. Agora, sobre a limpeza, eu fui gari, só podem limpar quando começa a esvaziar. A turma da limpeza entra assim”, frisou. 

Apesar de ser uma reclamação constante da Festa de Momo, o número de banheiros químicos em 2024 aumentou em 140 unidades, com nove pontos fixos a mais. Do total, 282 cabines são adaptadas para pessoas com deficiência (PCD). 

Ainda de acordo com a prefeitura de BH, a estratégia para a distribuição dos banheiros considera o público planejado para os blocos, a extensão dos trajetos e a quantidade de desfiles simultâneos, pensando na distribuição das diárias dos banheiros. A administração do município informa que os 99 pontos fixos atende quase 80% do público total do carnaval. 

Os banheiros fixos estão instalados em bairros como Cruzeiro, Buritis, Barro Preto, Lagoinha, Santa Tereza, Floresta, Centro e Savassi. A pessoa que for pega fazendo xixi na rua pode responder por atentado violento ao pudor, com detenção de três meses a um ano ou pagamento de multa.

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