Michel Teló cantou, dançou, pulou e ainda brincou com as torcidas do Atlético e Cruzeiro no bloco Bem Sertanejo, que desceu a Avenida Abrahão Caram, na tarde desta segunda-feira de carnaval (12/2).
O bloco já desfila no carnaval de São Paulo há 4 anos, mas foi a primeira vez que ele desembarcou na capital mineira. Enquanto a Polícia Militar ainda não tinha uma estimativa de público, representantes da organização do evento calculavam cerca de 20 mil a 50 mil pessoas no bloco. Não erraram, ao final do desfile, a PM calculou cerca de 60 mil foliões.
Michel Teló apostou em repertório eclético, recheado de músicas autorais, clássicos do sertanejo, axé e frevo. “Carnaval sem Chiclete com Banana não é carnaval, né?”, brincou o cantor, antes de cantar “100% você”.
Não faltaram hits como “Minha pequena Eva”, da Banda Eva; “Praieiro”, de Jammil e uma noites” (esta com participação do cantor Bruno Rosa); “Boate azul”, de Aparecido Thomaz de Oliveira e Benedito Onofre Seviero (mas famosa na voz da dupla Bruno e Marrone); “Quero chiclete”, de Chiclete com Banana; e, claro, “Ai, se eu te pego”, do próprio Michel Teló.
Também estiveram no setlist de Teló canções de Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Ivete Sangalo e Jorge Ben Jor.
Esbanjando simpatia, o músico conversou com o público, cantou músicas que, segundo ele, não foram ensaiadas e ainda brincou com o motorista do trio elétrico: “Calma, calma! Pra que essa pressa?”, dizia a cada vez que o caminhão andava.
Ele também lembrou que o objetivo do bloco era proporcionar diversão para todo mundo ali. “Por isso, não se esqueçam: Não é não”, afirmou em referência ao lema da campanha contra o assédio sexual.
Segurança agredida
O público acompanhou tudo cantando junto, gritando e pulando. Fãs mais exaltados tentaram romper o cordão de isolamento, o que gerou um princípio de confusão.
Eba Carvalho, que trabalhava na equipe de segurança, foi agredida por uma foliã. “É um absurdo! Estou fazendo o meu trabalho aqui. A menina tentou invadir o espaço proibido e, quando a gente a conteve, ela me agrediu, quebrando meus óculos e dando um tapa no meu rosto”, explicou Eba.
A reportagem também registrou algumas cenas de foliões sendo acompanhados por militares do Corpo de Bombeiros por estarem se sentindo mal.
De acordo com a corporação, foram realizados dois atendimentos. Uma mulher e uma menina tiveram crises de ansiedade.
De maneira geral, contudo, o clima foi de alegria. O casal Fabrício Xavier e Alessandra Helena estavam “extremamente à vontade”. Levando um cooler com refrigerante e água, curtiam tranquilamente ao lado do trio, do lado de fora do cordão de isolamento.
Da mesma forma estavam Lucas Amaral, Thalita Dias e Vanda Menezes. Mesmo sem se conhecerem anteriormente, acabaram se juntando para acompanhar o trio elétrico. “Maravilhoso (o bloco), estamos curtindo demais”, disse Thalita.
O bloco esteve no centro de uma polêmica nas últimas semanas. A presidente da Liga Belorizontina de Blocos de Carnaval, Polly Paixão, divulgou nota se manifestando contra a participação de artistas de fora na folia de BH.
Para ela, a liga expressa preocupação com o que define como “a crescente invasão de artistas de fora no Carnaval de Belo Horizonte”.
“Como que um forasteiro entra aqui sem ao menos ser convidado de um bloco? Se ele viesse no Baianas Ozadas, por exemplo, ele somaria, traria mais gente, mais público. Por que ele tem que sair lá isolado? Ele vem tirar proveito de algo que a gente vem construindo desde 2009. Tem que brigar mesmo”, afirmou ela no programa EM entrevista, da TV Alterosa, no último sábado (09/2).
“Esse carnaval aqui a gente fez com muita luta. Então, a gente entende que quem é mineiro - por exemplo, o Lagum também está saindo, mas eu não estou brigando com o Lagum, porque ele é de Belo Horizonte, ele fortalece a nossa cena”, explicou Polly.
O descontentamento, contudo, não atingiu Teló, que prometeu voltar ano que vem.