Passada a folia do carnaval, com milhões de brasileiros se divertindo em Belo Horizonte e nas cidades do interior do estado, Minas Gerais abre as portas, agora, para as celebrações da Semana Santa (de 24 a 30 de março), período de procissões, ofícios em latim, missas solenes, encenações da Paixão de Cristo e ritos que remontam ao século 18. Na próxima segunda-feira (19/2), às 10h, com a presença do governador Romeu Zema, será apresentado o projeto turístico “Minas Santa 2024”, envolvendo cerca de 700 municípios mineiros.


Com o lançamento no alto da Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, durante missa em ação de graças presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o projeto turístico tem parceria do governo de Minas com a Rede de Gestores Municipais de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), Associação Mineira dos Municípios (AMM), Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur).




“A participação não será apenas das cidades históricas, mas de municípios de todo o estado. Vamos promover a Semana Santa como atrativo turístico, lembrando que há muitas cidades com bens reconhecidos como patrimônio imaterial, a exemplo do toque dos sinos de São João del-Rei (na Região do Campo das Vertentes)”, destaca o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira.


TURISMO DA FÉ


Leônidas explica que, no ano passado, não foi o carnaval o maior responsável pelo “boom” no turismo de Minas: “No mês de abril, quando ocorreu a Semana Santa, na primeira versão do Minas Santa, registramos um crescimento de 730% acima da média nacional, no setor turístico”. No programa, “os municípios apresentam as atividades referentes ao período e, então, oferecemos todo esse patrimônio, como ocorre na Europa, como atrativos. É o turismo da fé, e nós temos aqui a arte barroca, igrejas, imagens, enfim, um grande acervo”, diz o titular da Secult.


O presidente da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, prefeito de Ouro Preto, estará presente à reunião no alto da Serra da Piedade, onde há duas basílicas – uma delas, a ermida do século 18, a menor basílica do mundo, guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, atribuída a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814). A associação congrega 30 municípios, com quatro patrimônios culturais mundiais (Ouro Preto, Congonhas, Diamantina e a Pampulha, em BH) e mais de 50% de todo o patrimônio histórico tombado no Brasil.


TESOUROS DAS GERAIS


A reunião de segunda-feira, na Serra da Piedade, será excelente oportunidade para os prefeitos e gestores do setor cultural falarem sobre a programação da Semana Santa em seus municípios. Ouro Preto, na Região Central, e Santa Luzia, na Grande BH, ambas nascidas no Ciclo do Ouro, já estão distribuindo os folhetos com cada dia da Paixão de Cristo.


Em todas as regiões do estado, a Semana Santa traz ritos centenários. Em Baependi, no Sul, onde fica o Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Beata Nhá Chica, a cerimônia está registrada como bem imaterial. As imagens e as igrejas são tombadas pelo município. Já em Perdões, no Centro-Oeste, a Semana Santa consiste em um dos maiores eventos de fé da região, podendo o turista acompanhar as procissões, ouvir o som das matracas e o Canto de Verônica.

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