Uma equipe composta por médicos veterinários e alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Uberaba (Uniube) realizou um procedimento cirúrgico de alta complexidade em onça parda que foi atropelada na semana passada. A cirurgia foi nesse fim de semana, no Hospital Veterinário da universidade.
O felino, apelidado de Safira, de cerca de 2 anos e 20 quilos, apresentava uma fratura no fêmur da pata traseira esquerda, demandando uma intervenção imediata e altamente especializada, segundo o hospital.
O animal foi atropelado em uma zona rural próxima à cidade de Campos Altos, a cerca de 200 km de Uberaba, e, no momento que foi capturado por equipes de bombeiros de Uberaba e Araxá, apresentava dificuldade de locomoção.
De acordo com o professor e gerente clínico do HVU, Cláudio Yudi, durante a cirurgia de Safira foi necessária a implantação de uma placa ortopédica, acompanhada de um pino e sete parafusos (sistema PLate Rod). Ainda segundo ele, o objetivo da cirurgia foi garantir a fixação adequada do osso fraturado. “Este método de fixação é reconhecido por sua eficácia em promover a estabilidade necessária para o processo de cicatrização óssea”, complementou.
Procedimento inovador
Yudi explicou ainda que o procedimento cirúrgico consistiu na aplicação de um biomaterial no local da fratura, denominado Biovidro 60S. “É um material inovador na prática veterinária e foi utilizado com o propósito de acelerar a reconstituição do tecido ósseo. Este biomaterial é especialmente valorizado por suas propriedades de estimulação da regeneração óssea, representando um avanço significativo na medicina veterinária e sendo utilizado pela primeira vez em onças pardas”, contou.
O médico veterinário ainda destacou que a utilização do Biovidro 60S é um marco no tratamento de fraturas em espécies ameaçadas, demonstrando potencial para melhorar significativamente os resultados de recuperação.
“O período de recuperação de Safira se dará no Setor de Animais Silvestres do Hospital Veterinário da Uniube. A equipe do Hospital Veterinário da Uniube mantém um otimismo cauteloso quanto à recuperação completa de Safira, antecipando seu retorno ao habitat natural assim que sua condição de saúde permitir”, finalizou Yudi.