O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) avaliou como “inadmissível” e “barbaridade” o acidente envolvendo um ônibus da linha 318 (Estação Barreiro/Jardim Liberdade - Via Milionários), que deixou onze pessoas feridas no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro, manhã desta quarta-feira (21/2). Doze pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças - uma de 4 e outra de 9 anos -, depois que o veículo perdeu o freio e bateu no muro de uma casa na Rua Canto das Palmeiras.

Durante coletiva de imprensa, o chefe do executivo belo-horizontino lamentou o acidente e afirmou que, assim que os órgãos responsáveis esclarecerem o que provocou a batida, irá “tomar todas as medidas cabíveis para penalizar os responsáveis”.

“É inadmissível e nós não vamos, em hipótese nenhuma, aceitar ônibus com mau estado de conservação. Nós vamos ver o que aconteceu e vamos, sem dúvida nenhuma, tomar todas as medidas cabíveis para penalizar os responsáveis por uma barbaridade dessa", disse o prefeito de BH.



Os passageiros do coletivo informaram à Polícia Militar, que o motorista seguia pelo trajeto comum quando em determinado momento aumentou a velocidade. Para evitar um acidente mais grave, o condutor jogou o veículo para o lado e atingiu a residência. Ele fugiu do local e foi encontrado, horas depois, na sua casa.

Aos militares, o homem afirmou que saiu sem prestar socorro porque foi ameaçado por pessoas que estavam no local. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro alegando que ao chegar em casa consumiu bebida alcoólica. Ainda conforme o boletim de ocorrência, o motorista foi encaminhado ao departamento de polícia para prestar esclarecimento, mas não foi detido.

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital afirmou que o ônibus estava com a documentação, vistoria e manutenção em dia. A entidade ainda informou que chovia no momento do acidente e que a colisão aconteceu em um trecho de descida íngreme, “o que pode ter ocasionado a derrapagem do veículo”.

Política de “tolerância zero”

Em 25 de janeiro deste ano, Fuad Noman anunciou uma política de “tolerância zero” em relação às irregularidades de empresas de transporte público de BH. Além de divulgar medidas para a melhora do serviço, o prefeito declarou que “acabou a farra” em relação à má condição dos coletivos. A medida foi manifestada após um “período de adaptação” de cinco meses - válido entre a aprovação da lei que regulamenta a nova forma de remuneração das empresas, em julho, e o prazo final para cumprimento das metas, em dezembro.

“Janeiro começou, e não vimos as melhorias que foram combinadas e acertadas com as empresas. A partir de agora, estamos definindo a ‘tolerância zero’. Se não cumprir o que foi combinado, [as empresas] serão punidas. Acabou a farra de ônibus quebrado; de pneu careca, de porta caindo, de ar condicionado soltando pó na cabeça das pessoas. Acabou tudo isso, porque agora tomaremos medidas muito mais rigorosas”, afirmou o prefeito à época.

Dentre as ações divulgadas para regulamentar a situação dos ônibus na capital, estão: cobrança imediata das multas na Justiça; não pagamento da remuneração complementar em caso de qualquer tipo de irregularidade; reforço na fiscalização; retirada de circulação de ônibus que estiverem em más condições de uso; recolhimento de ônibus sem autorização de tráfego válida; mutirão para acelerar o julgamento de recursos administrativos contra as multas; exigência do cumprimento integral do quadro de horários; e incentivo ao usuário para denunciar irregularidades nos canais de comunicação da PBH.

Apesar dos constantes descumprimentos por parte das empresas de ônibus e do pagamento de R$ 512 milhões aos empresários, por meio de subsídio, em 29 de dezembro de 2023, a PBH anunciou o aumento de 16.6% da passagem na capital. A tarifa principal da cidade saiu de R$ 4,50 para R$ 5,25. Entre as linhas circulares e alimentadoras, o preço, que era R$ 4,50, foi para R$ 5. O reajuste foi justificado diante de limitações orçamentárias previstas para 2024 e pela necessidade de investimentos na melhoria gradual dos serviços.

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