Belo Horizonte recebeu 49.560 doses da vacina contra a dengue para a vacinação de crianças de 10 e 11 anos. Embora os imunizantes já estejam disponíveis para aplicação, o público alvo ainda não vai recebê-los, uma vez que o executivo municipal ainda “estuda” as estratégias para aplicação.

O imunizante foi entregue pelo Ministério da Saúde ao Governo de Minas no fim da manhã desta quinta-feira (22/2). A primeira remessa tem 78.790 doses da Qdenga, que foram entregues a 22 municípios mineiros, já pré-determinados pelo governo Federal. 

Conforme foi adiantado ontem ao Estado de Minas pelo subsecretário de vigilância em saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 90.6% dos imunizantes recebidos nesta primeira remessa serão distribuídos na Grande BH, sendo 62,9%, do total, destinados à capital. Ribeirão das Neves recebeu 9.123; Santa Luzia 5.623; Sabará 3.278; Nova Lima 2.890; e Caeté 965. A previsão é que elas já estejam disponíveis para as prefeituras iniciarem a aplicação ainda nesta sexta-feira (23/2). Em relação aos locais próximos a Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, a previsão é que as vacinas estejam nas cidades no máximo na segunda-feira (26/2).

Nesta sexta-feira (23/2), a Secretaria Municipal de Saúde de BH confirmou mais duas mortes por dengue. Agora, as mortes chegam a sete. Os casos da doença na capital em 2024 subiram de 4.786 casos para 6.338, enquanto os casos notificados foram de 18.528 para 23.923. Os números mostram que, nos últimos três dias, BH teve um aumento de 40% nas mortes confirmadas pela doença. Já o número de casos confirmados,aumentou 32,4% no mesmo período.



A Região de Venda Nova foi a que teve maior aumento no número de casos confirmados em BH. Em três dias, 439 novos casos foram registrados. Em seguida vem a Região Centro-Sul, com mais 286 novos casos confirmados.

Neste ano, foram confirmados ainda 452 casos de chikungunya em residentes de Belo Horizonte e, ainda segundo o boletim, a capital registrou a primeira morte pela doença. Há 444 casos notificados da doença pendentes de resultados. No dia 20, os casos de chikungunya eram de 311. Como a dengue, também houve aumento, mas de 45,5%. Não há casos de zika confirmados na capital.

Estado de emergência

No sábado (17/2), a capital decretou situação de emergência em saúde pública pelo aumento de casos de contaminação por arboviroses, principalmente dengue e chikungunya. A medida autoriza uma série de ações como a entrada forçada em imóveis e ampliação da carga horária de profissionais que atuam no combate e tratamento das arboviroses.

Desde a primeira semana de fevereiro, a cidade superou 300 casos prováveis da doença a cada 100 mil habitantes, caracterizando um estado de epidemia estabelecida, segundo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A situação emergencial valerá por seis meses, mas poderá ser prorrogada. Durante a vigência do decreto, está autorizada a entrada forçada em imóveis públicos ou particulares vagos, desabitados ou abandonados sem a autorização prévia dos proprietários. O texto aponta que os agentes da prefeitura poderão tomar a medida após três tentativas de vistoria de fiscalização de focos de reprodução do Aedes aegypti, mosquito vetor das três doenças, em dias e horários distintos não terem sucesso.

Diante da recusa de acesso de Agentes de Combate a Endemias (ACE), o decreto também autoriza a entrada forçada mesmo em imóveis habitados. A Procuradoria-Geral do Município (PGM) atuará no caso de serem necessárias providências judiciais em casos de impedimento do trabalho de vistoria e fiscalização de focos de arboviroses.

A partir do decreto de emergência, as equipes de trabalho do Executivo Municipal contarão com o apoio da Defesa Civil da capital em ações de mobilização, com visitas noturnas nas residências para agendar as vistorias que não foram possíveis pelos agentes sanitários em horário comercial. Além disso, a medida simplifica os meios para que a prefeitura amplie a carga horária dos profissionais mediante anuência dos funcionários. O documento também determina a dispensa de licitação para compra de bens e serviços destinados aos serviços de saúde.

 

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