O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (23/2), novos dados do Censo Demográfico 2022, que abordam características dos domicílios nas cidades brasileiras. A nova leva de dados investigou cinco elementos: forma de abastecimento de água, existência de canalização de água, existência de banheiro e sanitário, tipo de esgotamento sanitário e destino do lixo.
Um dos aspectos pontuados pelo levantamento é a existência de banheiro ou sanitário, seja ele exclusivo ou de uso comum a mais de um domicílio. Em relação à existência de banheiros, 99,61% dos domicílios em Minas Gerais tinham banheiros de uso exclusivo, avanço de 2,5 pontos percentuais em relação a 2010, 0,12% possuíam banheiros de uso comum a mais de um domicílio, 0,12% detinham apenas sanitário ou buraco para dejeções e 0,15% dos domicílios mineiros não tinham banheiro nem sanitário.
Enquanto 93 municípios possuem 100% de domicílios com banheiro de uso exclusivo, quatro ficaram abaixo dos 90% de moradias com banheiro de uso exclusivo: São João das Missões, com 70,86%; Bonito de Minas, com 81,98%; Setubinha, 88,76%; e Santa Helena de Minas, 89,25%. No grupo dos domicílios com banheiro de uso exclusivo, 65,65% contavam com apenas um banheiro, 26,30% tinham dois banheiros, 5,97% dispunham de três banheiros e 2,06% dos domicílios de Minas Gerais tinham quatro ou mais banheiros de uso exclusivo.
Apesar da melhora dos indicadores em relação ao último censo, algumas cidades ainda apresentam indicadores baixos em alguns dos pontos abordados pela pesquisa. É o caso de São João das Missões, no norte de Minas, onde 22,92% da população não possui acesso a banheiros ou sanitários
Além disso, a cidade ainda lidera o ranking sobre o destino do lixo. Enquanto 93,68% das residências em Minas Gerais tem o lixo coletado, no município essa porcentagem é de apenas 24,14%. A principal forma de descarte do lixo em São João das Missões é a queima.
Apesar dos baixos indicadores, o município de São João das Missões possui um fator relevante: 79,84% dos 13.204 habitantes são indígenas. O IBGE destaca: “Cabe esclarecer que as condições de moradia e saneamento dos povos indígenas só podem ser adequadamente examinadas à luz de suas especificidades culturais. Os indicadores para essa população serão explorados com mais profundidade e propriedade em futuras publicações específicas.”
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De acordo com a supervisora estadual do Cadastro Nacional de Endereços do IBGE em MG, Angela Guerra, esse tipo de pesquisa é fundamental para a compreensão de como os brasileiros vivem. “Esse tipo de levantamento é fundamental para gestores públicos, universidades, sociedade civil terem conhecimento de quais são as ações que devem ser tomadas para melhoria das condições de vida, campanhas de saúde pública.”, explica.
Segundo Angela, Minas Gerais acompanha os indicadores observados no resto do Brasil, apresentando um cenário de melhora do acesso da população à infraestrutura de saneamento básico. “Apesar de estar na região Sudeste e dispor de uma infraestrutura de saneamento melhor estruturada, apresenta também desigualdades regionais relevantes. Assim como o Brasil. Então, quando a gente compara os dados divulgados para Brasil e para Minas Gerais, a gente percebe que houve uma melhora em todos os elementos investigados relativos a saneamento básico em relação à última operação censitária.”, afirma.