Após a polêmica sobre os cortes das árvores ao redor do Mineirão, na Região da Pampulha, para a realização da primeira etapa da Stock Car em Belo Horizonte, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/BH) saiu em defesa do evento. Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (1/3), representantes do setor do comércio na capital se mostraram a favor da realização da corrida e veem com bons olhos o impacto financeiro na cidade.
De acordo com os organizadores do evento, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai arrecadar mais de R$ 20 milhões em impostos apenas com a corrida. A expectativa é de que os valores, durante os cinco anos de contrato, ultrapassem a casa de R$ 1 bilhão.
Além dos valores que o próprio evento vai injetar na economia, há a expectativa de a cidade receber milhares de turistas, que vão movimentar também o setor do comércio, transportes e hotelaria na capital. A capacidade diária para a corrida vai girar em torno de 30 mil pessoas, de acordo com os organizadores.
CDL
Apesar das polêmicas recentes, o evento recebeu o apoio dos empresários de BH. O grupo realizou uma reunião na sede da CDL nesta manhã, junto dos organizadores do evento. “Nosso olhar é econômico. Belo Horizonte está se tornando uma capital referência de vários eventos. Prezamos pelo bom movimento econômico que acontece na cidade. Turistas, movimentação dos belo-horizontinos, que gastam e fazem consumos dentro de um evento desse porte. E isso reverbera para o setor de serviços. Essa movimentação continua posicionando BH como uma capital para vários eventos. Ainda não tínhamos algo assim aqui”, disse o presidente da CDL, Marcelo Souza e Silva.
Ele destacou ainda que, caso o evento traga realmente resultados positivos, o contrato atual, que dura até 2028, pode se estender por ainda mais tempo. “Estamos dando um apoio para que o evento ocorra. Não é algo pontual, são mais quatro anos contratados. É importante que ocorra o evento e a cidade se beneficie de mais uma movimentação positiva. Vamos movimentar bem a cidade de forma qualitativa, e é o que vemos nesse evento”, completou Marcelo.
Em meios aos protestos contra os cortes de árvores para a criação do traçado da pista, o presidente da Speed Seven Participações, que organiza o evento, e ex-presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, defendeu a corrida. “Vamos deixar de ser provincianos. É um evento que vai colocar nossa cidade em evidência, que será transmitido em todo o Brasil e em mais 153 países, o que vai gerar mais de 2 mil empregos por ano. Ao longo de cinco anos, vai movimentar mais de 1 bilhão na cidade. Precisamos dar as mãos pelo bem de Belo Horizonte", disse.
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Polemica
Nessa quinta-feira (29/2), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento para verificar a regularidade das autorizações concedidas pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) “para a supressão de 77 árvores” nas imediações do Mineirão. O Comam havia afirmado que autorizou o corte de 63 arvores, numero que diverge do MP.
Também nesta quinta, a Justiça determinou que a PBH suspenda o corte de árvores no entorno do estádio. Conforme consta na decisão assinada pelo juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de BH, a liminar foi deferida para que as supressões das árvores sejam paralisadas até que o processo seja finalizado. Caso desrespeite, a PBH deverá pagar multa de R$ 50 mil por árvore cortada. O Executivo municipal disse ao EM que ainda não foi notificado a respeito.
Cortes em meio a protestos
Até o momento, 17 árvores foram cortadas no canteiro central da Avenida Coronel Oscar Paschoal em meio a protestos e revolta de um grupo de manifestantes. Na manhã dessa quarta (28/2), cerca de 30 pessoas protestaram contra a ação e os impactos do evento na região. Nessa terça (27/2), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encaminhou um ofício à PBH para dialogar com a gestão municipal sobre a realização da corrida.
Além do corte das árvores, o projeto para instalação do circuito automobilístico vai incluir o recapeamento das avenidas e a retirada de canteiros centrais, postes, pontos de ônibus, quebra-molas e passagens elevadas de pedestres nas avenidas Rei Pelé, Carlos Luz e Coronel Oscar Paschoal.