A Igrejinha de São Francisco de Assis e o Mineirão: Conjunto Arquitetônico da Pampulha, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade -  (crédito: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)

Organizadores alegaram que a paisagem da Pampulha favorece o evento

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Para escolher os arredores do Mineirão como local onde será realizada a etapa da Stock Car em Belo Horizonte, os organizadores do evento consideraram o histórico da região com o automobilismo, já que foram realizadas provas com pilotos famosos, e também o fato de ser um patrimônio histórico.

 

Em coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (1/3), o CEO da da Speed Seven Participações, que organiza o evento, e ex-presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, explicou os fatores que levaram à escolha. “Procuramos buscar alguns critérios, como o histórico. O Mineirão já teve corridas no passado, com a presença de grandes pilotos como os Fittipaldi e Toninho da Mata. Esses eventos tinham um público de 100 mil pessoas”, disse.

 

“O grande cartão postal de Belo Horizonte é a Pampulha, onde tem o projeto arquitetônico, o Mineirão. As imagens vendem BH para todo o Brasil e mundo afora. Esse é um dos objetivos, mostrar nossa cidade, e que muitas pessoas tenham o interesse de conhecer a cidade. Analisamos a viabilidade do local, mas também pensamos no cartão postal da cidade. Por isso, a região do Mineirão foi escolhida. É o maior cartão postal da cidade”, completou Sérgio.

 

Além do Mineirão, outros dois locais foram estudados. A região onde hoje é o Aeroporto Carlos Prates e a Cidade Administrativa. Questões políticas e de logística fizeram a organização recuar.

 

No caso do aeroporto, por ter se tornado recentemente propriedade da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e já ter um destino definido, ficaria inviável impedir as obras por cinco anos, período do contrato da corrida com a cidade.

 

Já para a Cidade Administrativa, parte do traçado da corrida coincidiria com a MG-010, que é a única forma de entrada e saída da região, o que impossibilitaria o evento.

 

"O Aeroporto Carlos Prates não tem um fácil acesso. Além disso, ele foi repassado do Governo Federal para a Prefeitura de Belo Horizonte há pouco tempo, e há um projeto para a área. Não seria possível esperar cinco anos, que é o período do contrato da corrida na cidade, para começar a fazer as obras. Já a Cidade Administrativa só tem uma entrada, o que inviabiliza", explicou Sérgio.

 

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Polêmica



Nessa quinta-feira (29/2), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento para verificar a regularidade das autorizações concedidas pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) “para a supressão de 77 árvores” nas imediações do Mineirão. O Comam havia afirmado que autorizou o corte de 63 arvores, numero que diverge do MP.

 

Também nesta quinta, a Justiça determinou que a PBH suspenda o corte de árvores no entorno do estádio. Conforme consta na decisão assinada pelo juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de BH, a liminar foi deferida para que as supressões das árvores sejam paralisadas até que o processo seja finalizado. Caso desrespeite, a PBH deverá pagar multa de R$ 50 mil por árvore cortada. O Executivo municipal disse ao EM que ainda não foi notificado a respeito.

 

Cortes em meio a protestos

 

Até o momento, 17 árvores foram cortadas no canteiro central da Avenida Coronel Oscar Paschoal em meio a protestos e revolta de um grupo de manifestantes. Na manhã dessa quarta (28/2), cerca de 30 pessoas protestaram contra a ação e os impactos do evento na região. Nessa terça (27/2), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encaminhou um ofício à PBH para dialogar com a gestão municipal sobre a realização da corrida.

 

Além do corte das árvores, o projeto para instalação do circuito automobilístico vai incluir o recapeamento das avenidas e a retirada de canteiros centrais, postes, pontos de ônibus, quebra-molas e passagens elevadas de pedestres nas avenidas Rei Pelé, Carlos Luz e Coronel Oscar Paschoal.