Corte de árvores no entorno do Mineirão, para recebimento de corrida da Stock Car Brasil, gerou repercussão entre ambientalistas  -  (crédito: Leandro Couri / EM / D.A Press)

Corte de árvores no entorno do Mineirão, para recebimento de corrida da Stock Car Brasil, gerou repercussão entre ambientalistas

crédito: Leandro Couri / EM / D.A Press

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) afirma que não indicou um especialista para avaliar a instalação de barreiras acústicas próximas ao campus. A medida é uma das sugeridas pela organização da Stock Car Brasil para mitigar os impactos provocados pela corrida, que vai acontecer em agosto deste ano, em volta do Mineirão, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.

 

Em nota, a UFMG ressalta que a reitora Sandra Regina Goulart Almeida participou de uma reunião com a organização do evento, quando foi sugerida a ideia de se construir uma barreira acústica para mitigar o ruído provocado pelos carros.

 

“Na ocasião, a reitora e a diretora de Cooperação Institucional - Zélia Inês Portela Lobato -, que é professora da Escola de Veterinária, argumentaram que o ruído não seria o único problema a ser enfrentado e expressaram suas preocupações acerca dos enormes impactos que seriam produzidos na região e na UFMG. Foi entregue aos organizadores um ofício da Diretoria da Escola de Veterinária na qual a unidade relatava a enorme apreensão com a organização do evento e seu impacto não apenas para o Hospital Veterinário – incluindo a impossibilidade de acesso ao prédio –, mas também para todas as atividades de ensino e pesquisa da Instituição”, diz um trecho da nota.

 

A instituição afirma ainda que a viabilidade e eficácia da barreira acústica “carecem de estudos aprofundados” e que qualquer proposta precisaria ser discutida e aprovada pela pró-reitoria de administração da universidade.

 

“No entanto, até o momento, nenhum projeto foi apresentado para mitigar a questão sonora ou resolver os demais problemas apresentados”, conclui a UFMG.

 

Sustentabilidade

 

Nessa quinta-feira (29/2), as empresas organizadoras do evento afirmam que ele é pautado por sustentabilidade, inclusão e segurança.

 

Em nota de esclarecimento, elas afirmam que em janeiro foram recebidas pela reitora da UFMG e que, durante a reunião, Sandra Regina Goulart Almeida “foi amplamente ouvida sobre as possíveis soluções ambientais e acústicas definitivas acerca dos incômodos que a universidade já convive”.

 

A organização ressalta que ofereceu como solução permanente para o impacto sonoro gerado pelos carros a construção de barreiras acústicas. “A reitora indicou um especialista da própria Universidade, reconhecido nacionalmente por sua atuação neste tipo de análise, para orientação na solução definitiva na construção e instalação de tais barreiras. Em paralelo a isso, a organização do evento também fez a contratação de um profissional renomado e com expertise no tema para efetuar o projeto e executá-lo com maestria, garantindo que existe solução plenamente viável desse tema.”

 


Ainda de acordo com a organização do evento, as barreiras acústicas serão instaladas de forma definitiva no local, “que historicamente, recebe inúmeros jogos de futebol, shows, fogos de artifícios, buzinaços, blocos carnavalescos etc. Diante disso, a organização do evento espera que a comunidade da UFMG se atente apenas aos critérios técnicos da solução oferecida, uma vez que o tema é de interesse público”.