A instalação do hospital de campanha, para atendimento exclusivo de pacientes com arboviroses, na UPA Norte, no Bairro Novo Aarão Reis, diminuiu o tempo de espera, mas a unidade continua lotada. Até a manhã deste sábado (2/3), conforme a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 26 pessoas haviam sido internadas na unidade extra. O local foi escolhido após a Unidade de Pronto Atendimento registrar aumento de 188% no número de acolhimentos relativos à dengue.
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Lúcia Machado Lopes, de 78 anos, chegou à unidade por volta das 10h. Acompanhada da filha Kátia Lúcia Corrêa, a mulher diz que estava com sintomas da dengue desde a manhã de sexta-feira (1º/3). Hoje, as duas decidiram ir até a UPA Norte, por conta do hospital de campanha, na esperança de que o atendimento fosse mais rápido. No entanto, de acordo com elas, ainda houve bastante espera.
“O atendimento foi tranquilo, mas não foi rápido. Mesmo depois que passamos pela triagem demorou um pouco. Eles nos encaminharam para a tenda, porque ela estava com sintomas. Antes mesmo já começaram a hidratação oral, com soro”, relata Kátia.
Ao chegar à UPA, os pacientes com sintomas de contaminação por dengue, chikungunya e zika são encaminhados para um espaço de espera, com uma triagem exclusiva. Lá, as pessoas já começam a receber copos com soro de reidratação e, em seguida, são encaminhados para a tenda onde estão dispostos 40 leitos para internação.
Patrícia de Fátima Andrade Ferreira, de 53 anos, ainda estava sendo atendida na unidade, aguardando seu exame de contagem de plaquetas. À reportagem, ela contou que foi diagnosticada com dengue grave, a antiga dengue hemorrágica, e foi encaminhada à UPA Norte, após ser atendida no posto de saúde. Segundo a paciente, o atendimento foi bem rápido.
“Cheguei aqui e me atenderam bem rápido, fui encaminhada para a tenda e o acolhimento foi rápido e prestativo, um pessoal bem educado. Cheguei por volta das 11h, mostrei meu exame e o pedido para repetir a contagem de plaquetas e eles me atenderam bem rápido. Agora eu estou melhor, fiz o exame de sangue e ainda tenho que esperar”, conta.
Atendimento de qualidade
Apesar da demora, pacientes e acompanhantes ouvidos pelo Estado de Minas afirmaram que o atendimento na unidade tem sido “acolhedor” e “organizado”. Esse é o caso de Daniela Esther Valéria, de 30 anos, que deu entrada no local por volta do meio-dia de sexta-feira e recebeu alta no meio da tarde de hoje. Para ela, o tempo de espera faz parte, já que a demanda por acolhimento tem sido grande. Diagnosticada com dengue tipo C, a mulher conta que foi encaminhada para a tenda onde estão os leitos de campanha.
“Eu não tenho do que reclamar. O pessoal foi muito atencioso, muito organizado e a questão de demora, demorou mesmo, mas porque a demanda está muito grande e são poucos profissionais. Mas, mesmo assim, o pessoal tá agilizando. Em relação à tenda, lá é muito organizado, os profissionais são muito gentis e atenciosos, mas tá muito lotado. O tempo de espera tá bem puxado, mas a demanda tá tão grande que não tem como atender rápido”, relata.
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Dados da dengue em Minas
Segundo o painel de monitoramento das arboviroses do Governo de Minas, até o fim da tarde deste sábado (2/3), Belo Horizonte registrou 46.065 casos prováveis e 8.984 confirmados de dengue. Além disso, oito pessoas morreram em decorrência da doença no estado. Outras 20 mortes estão sendo investigados.
Já no restante do estado, há 380.895 prováveis contaminações pelo vírus da dengue e 135.382 casos confirmados. Em relação aos óbitos, já foram registrados 39 e outros 255 ainda aguardam resultado de exame laboratoriais.