A técnica em enfermagem Lívia Leonel Gomes Freitas, mãe de uma jovem de 20 anos que morreu eletrocutada durante festa, gravou um vídeo pedindo explicações. A filha dela, Isadora Freitas Araújo, morreu na madrugada deste domingo (3/3), após ser eletrocutada em um carro de som, durante um "Paredão" realizado no estacionamento do aeroporto de Frutal, no Triângulo Mineiro.
Lívia afirma que houve omissão e demora no atendimento da jovem, já que equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar de Frutal não foram acionados ao local após a tragédia.
“Quem viu o que aconteceu fala: 'pelo amor de Deus'. Por que demoraram tanto para dar socorro para minha filha, que demorou mais de uma hora? (...) O que está doendo é por que os bombeiros não foram chamados e por que não acionaram a Polícia? Qual o medo de quem estava lá que não deixou chamar e deixar que minha filha fosse acudida”, disse aos prantos.
Ela continua: “só quero a verdade (...) não é justo com a mãe e a família dela. Ela só saiu para se divertir e agora está morta. Alguém tem que explicar o que aconteceu naquele local para minha filha morrer desta forma”.
Posicionamento da PCMG
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que, através da Delegacia de Homicídio, instaurou inquérito policial para apurar as causas que levaram a morte da jovem.
“Segundo informações de testemunhas que já foram ouvidas, a vítima estava em cima de uma carreta de som automotivo e, ao descer, acabou sendo eletrocutada pelo fato de ter encostado na fiação. Policiais civis de plantão, delegado, investigador e perito estiveram no local dos fatos, onde averiguaram e fizeram coleta de vestígios”, diz trecho da nota da PCMG.
Ainda durante diligências, ainda conforme a PCMG, os policiais civis obtiveram êxito em localizar a carreta de som, a qual foi periciada.
“Outras diligências serão realizadas e aguardaremos os laudos periciais que tem o prazo de até trinta dias para serem formalizados”, finaliza a nota.
Vídeos mostram momentos antes da tragédia
Vídeos, que circulam na internet, mostram Isadora Freitas Araújo e outras três pessoas dançado em cima de caixas de som, conhecidas como ‘paredão’.
De acordo com o relato de uma testemunha ao registro da Polícia Militar, a vítima teria pulado de cima do carro de som e encostado o queixo em fiação que estava com problemas técnicos, momento em que teria sofrido a descarga elétrica.
Inicialmente, a testemunha relatou que achou que Isadora estava rindo porque estava com a língua para fora, mas ao perceber que ela estava passando mal, tentou empurrar a jovem para longe do fio e também levou um choque.
Ainda segundo a testemunha, inicialmente, algumas pessoas tentarem socorrer a vítima, mas tiveram dificuldades, já que o corpo dela emitia descargas elétricas. Depois, ela teria sido levada em veículo particular ao Hospital Municipal Frei Gabriel, mas já chegou sem vida.
Também consta no registro policial que quando a equipe da PM chegou ao aeroporto de Frutal, todo o equipamento e as pessoas que frequentaram o evento já haviam deixado o local.
O corpo da jovem foi encaminhado para Instituto Médico Legal (IML) de Frutal, onde passou por perícia. O sepultamento aconteceu na noite deste domingo, no Cemitério Municipal.